Perdas bilionárias, compra do Twitter e polêmicas: o ano de Elon Musk foi cheio de turbulência

Fonte: R7

O ano de 2022 foi uma montanha-russa de emoções para Elon Musk, para dizer o mínimo. O empresário perdeu bilhões com a desvalorização das ações da Tesla, chegou a perder também o título de homem mais rico do mundo, e terminou no posto de dono e presidente do Twitter, uma plataforma agora inundada por controvérsias e polêmicas.

Todos esses detalhes ocorreram em um ritmo alucinante, boa parte deles iniciada pelo próprio Musk, um sujeito que gosta de estar no centro dos holofotes.

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Apesar de ser conhecido por comandar a fabricante de carros elétricos Tesla e a empresa aeroespacial SpaceX, o ano do bilionário ficou marcado pelo envolvimento dele na rede social.

Em meados de abril, Musk fez uma proposta de compra integral da plataforma, por US$ 43,2 bilhões. Se aceita pelos acionistas, a empresa teria seu capital fechado e suas ações não seriam mais negociadas em bolsas de valores. Antes da proposta, o bilionário havia comprado 9,2% das ações da plataforma, o que fez a cotação da empresa subir cerca de 20%.

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Na época, muitos se perguntaram dos motivos que levaram o bilionário a fazer uma proposta do tipo. O fato é que Elon Musk sempre teve uma relação próxima com a rede social, onde ele faz anúncios e fala diretamente a uma legão de fãs e apoiadores.

Lança-chamas

Em 2018, por exemplo, ele anunciou a comercialização de um lança-chamas de brinquedo para financiar a Boring Company, uma empresa que prometeu revolucionar os sistemas de trânsito com túneis que transportavam carros e aliviavam o tráfego.

A empresa até hoje nunca entregou o que prometeu na Califórnia, onde testes foram autorizados, e o lança-chamas se tornou um caso de polícia, por ser considerado uma arma e não um brinquedo.

Para um empresário capaz de ganhar milhões com anúncios do tipo, a compra de uma rede social pequena, mas influente, parecia o passo natural. Mas as coisas se complicaram meses depois…

Alegando informações falhas sobre bots e contas falsas, Elon anunciou em julho que desistira da compra do Twitter — uma operação que já fora aprovada pelo conselho de acionistas da empresa.

Em 12 de julho, o Twitter processou o sul-africano pela quebra do acordo e o chamou de “hipócrita”, além de alegar que a desistência causaria danos irreparáveis à empresa.

Após a batalha judicial esquentar, o empresário voltou atrás novamente e revelou que iria sim comprar a rede social, pelo valor acordado anteriormente — US$ 54,20 (R$ 281,93, no câmbio da época). O anúncio oficial era iminente.

E ocorreu em 27 de outubro, oficializado, claro, em um tuíte, onde Elon afirmou que “não fez isso para ganhar dinheiro”. O bilionário prometeu na época também que não demitiria 75% da força de trabalho da empresa, como boatos indicavam, e que a plataforma estaria focada na liberdade de expressão.

Demissões e suspensões em massa

Após a compra, o próprio Musk se tornou CEO do Twitter e passou a comandar as operações diárias e (tentar) enfrentar os desafios da rede social, como fuga de usuários e moderação de conteúdo.

Como especulado anteriormente, o novo dono da rede social fez demissões em massa — algumas delas por engano — que chegaram a 50% da força de trabalho. Nos primeiros dias, mais de 4.000 funcionários foram dispensados.

Os que ficaram, passaram a conviver com prazos apertados, falta de planejamento e exigências de ritmos de trabalho “longos e intensos”. Com menos gente trabalhando, alguns chegaram a especular que a rede social poderia simplesmente parar de funcionar lentamente. Milhões de usuários brasileiros chegaram a migrar para a rival indiana Koo.

Em dezembro, Musk contrariou sua declaração de que era um “absolutista da liberdade de expressão” e suspendeu de forma definitiva uma conta que monitorava em tempo real a localização do jato particular dele. Para justificar a ação, ele divulgou uma regra de que contas que divulgassem a localização e colocassem em perigo outras pessoas violariam as regras da rede social.

Nos dias seguintes, a rede social do empresário também suspendeu as contas de diversos jornalistas, vários deles responsáveis por matérias críticas à gestão de Musk, e alegou que os profissionais também divulgaram informações importantes dele. O ato foi interpretado como “arbitrário” e um “precedente perigoso” por autoridades internacionais, que se manifestaram.

A crise culminou com uma enquete criada pelo bilionário, que perguntou se ele deveria abandonar o cargo de CEO do Twitter — 57,2% dos votantes pediram a saída dele.

“Vou renunciar ao cargo de CEO assim que encontrar alguém tolo o suficiente para aceitar o cargo! Depois disso, apenas executarei as equipes de software e servidores”, disse ele após finalizar a pesquisa. A troca acabou ficando para 2023.

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Jornalista apaixonada por astrologia, bem-estar animal e gastronomia. Atualmente, atuo como redatora no portal CenárioMT, onde me dedico a informar sobre os principais acontecimentos de Mato Grosso. Tenho experiência em rádio e sou entusiasta por tudo que envolve comunicação e cultura.