A transição energética, a descarbonização e o licenciamento ambiental foram os principais temas do segundo dia da Navalshore 2025, evento realizado no Rio de Janeiro que reúne representantes da indústria naval e offshore. O encontro, nesta quarta-feira (20), também trouxe estudos de casos com soluções já aplicadas no setor.
Segundo Itagyba Alvarenga Neto, coordenador-geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros do Ibama, o setor de óleo e gás respondeu pelo maior número de licenças ambientais emitidas nos últimos anos. Ele ressaltou os avanços na celeridade e efetividade do órgão, mas lembrou desafios como escassez de pessoal, impactos das mudanças climáticas e a falta de políticas públicas estruturadas.
Já Fabio Vasconcellos, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Navegação Interior (Abani), destacou que a logística nacional ainda é prejudicada pela demora na aprovação de licenças. Ele comparou o Brasil a modelos logísticos da Europa e dos Estados Unidos, enfatizando a necessidade de investimentos em infraestrutura. Na Região Norte, a frota fluvial cresceu 118% em balsas e 72% em rebocadores entre 2010 e 2020, sinalizando o potencial de desenvolvimento econômico do setor.
Descarbonização e inovação
O gerente-executivo da Transpetro, Flávio Gabina, defendeu que a inovação é hoje uma necessidade estratégica. Ele destacou que os novos navios da Petrobras já incorporam engenharia digital e sistemas de conexão de energia em terra (shore power). Além disso, apontou a adoção do etanol como alternativa de combustível, reforçando o compromisso com a sustentabilidade.
O evento será encerrado nesta quinta-feira (21), com debates sobre oportunidades no estado do Rio de Janeiro para a indústria naval e offshore, incluindo financiamentos e instrumentos de apoio a projetos estratégicos.
