O Brasil registrou um aumento no número de trabalhadores sindicalizados em 2024, interrompendo uma tendência de queda que durava mais de dez anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o contingente de sindicalizados cresceu em 812 mil pessoas, chegando a 9,1 milhões, o que representa 8,9% dos 101,3 milhões de trabalhadores ocupados.
Embora seja um avanço de 9,8% em relação a 2023, quando havia 8,3 milhões de sindicalizados, o número ainda está abaixo dos 14,4 milhões de 2012, um recuo de 36,8% em 12 anos. A pesquisa, parte da Pnad Contínua, disponibiliza dados anuais desde 2012, exceto nos anos de 2020 e 2021 devido à pandemia de covid-19.
Efeito da reforma trabalhista
O analista da pesquisa, William Kratochwill, observa que a queda mais acentuada a partir de 2017 se relaciona à reforma trabalhista, que eliminou a contribuição sindical obrigatória. Sobre o aumento de 2024, ele destaca uma possível recuperação da percepção dos trabalhadores sobre a importância dos sindicatos.
Perfil etário
Dos 812 mil novos sindicalizados, oito em cada dez têm 30 anos ou mais. A faixa de 40 a 49 anos representa 32% desse total, enquanto jovens de 14 a 19 anos correspondem a apenas 0,7%. Kratochwill sugere que muitos retornam ao sindicalismo após experiências anteriores.
Setores de atuação
O setor público concentra 30,9% dos sindicalizados, seguido por indústria (16,4%) e informação, comunicação e serviços administrativos (13,3%). A maior taxa de associação está na administração pública e áreas correlatas, com 15,5%.
Escolaridade e tipo de contrato
Entre trabalhadores com ensino superior completo, 14,2% são sindicalizados, acima da média nacional. No setor público, a taxa atinge 18,9%, enquanto trabalhadores informais registram apenas 3,8%.
Homens e mulheres
Desde 2012, a diferença entre homens e mulheres sindicalizados diminuiu. Em 2024, a proporção é de 57,6% homens e 42,4% mulheres, com taxas de 9,1% e 8,7%, respectivamente.
Cooperativismo
O número de trabalhadores associados a cooperativas também segue em queda, passando de 1,5 milhão em 2012 (6,3%) para 1,3 milhão em 2024 (4,3%).



















