Nova redução da taxa de importação inclui feijão, arroz e carne

Fonte: R7

15 125
VINICIUS LOURES/CÂMARA DOS DEPUTADOS-18.9.2019

O governo federal anunciou nesta segunda-feira (23) mais uma redução de 10% nas alíquotas do Imposto de Importação sobre grande parte dos produtos comprados no exterior. A medida abrange bens como feijão, carne, massas, biscoitos, arroz, material de construção, entre outros, produtos comercializados pelo Mercosul.

O anúncio foi feito pelo secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, e pela secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior, Ana Paula Repezza.

Segundo o Ministério da Economia, trata-se de uma tentativa para reduzir impactos decorrentes da pandemia e do conflito na Ucrânia sobre o custo de vida da população e o preço de insumos do setor produtivo. A estimativa do governo é de um impacto na inflação oficial de 0,5 a 1 ponto percentual de redução.

Ao todo, são 6.195 códigos tarifários da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul). O corte de tarifa foi definido em reunião extraordinária da Camex (Câmara de Comércio Exterior), em caráter temporário, com prazo de vigência até 31 de dezembro de 2023.

[Continua depois da Publicidade]

De acordo com secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior, a medida será publicada no DOU (Diário Oficial da União) amanhã, terça-feira (24), e passa a valer em 1º de junho.

Esses itens já haviam tido uma redução de 10% em novembro do ano passado. Agora o alcance chega a aproximadamente 87% do universo tarifário do país, com a alíquota reduzida para 0% ou reduzida em um total de 20% de alguns produtos da TEC (Tarifa Externa Comum).

“Estimamos impacto da renúncia tarifária na ordem de R$ 3,7 bilhões. É um imposto de importação, não tem impacto na Lei de Responsabilidade Fiscal”, destaca o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

Os produtos que ficaram de fora são os mesmos do ano passado, como têxteis, calçados, brinquedos, lácteos e parte do setor automotivo, num total de 1.387 da NCM.

O Ministério da Economia defende a abertura gradual da economia e recentemente implementou cortes no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para ampliar a competitividade da indústria do país e viabilizar a nova redução do Imposto de Importação.

A redução inicial de 25% no IPI foi ampliada para 35%, preservando produtos da Zona Franca de Manaus. A medida, porém, foi judicializada, e parte de sua eficácia está suspensa.

Além dos cortes amplos das tarifas, o governo vem anunciando reduções para áreas e produtos específicos.

“A medida de hoje, somada à redução de 10% já realizada no ano passado, aproxima o nível tarifário brasileiro da média internacional e, em especial, dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Sem deixar de lado as necessidades de adaptação do setor produtivo, o governo federal tem promovido, de maneira gradual e em paralelo às medidas de redução do Custo Brasil — tal como a recente redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) —, uma maior inserção internacional da economia brasileira. É importante destacar que, desde 1994, quando da sua criação, a TEC nunca havia sido alvo de uma revisão ampla”, afirma Ferraz.

A Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério da Economia, avalia que, a longo prazo, a redução total da TEC aplicada sobre esses produtos — sendo 10% em 2021 e mais 10% em 2022 — terá impactos acumulados de R$ 533,1 bilhões de incremento no PIB, de R$ 376,8 bilhões em investimentos, de R$ 758,4 bilhões em aumento das importações e de R$ 676,1 bilhões de acréscimo nas exportações, resultando em R$ 1,434 trilhão de crescimento na corrente de comércio exterior (soma de importações e exportações), além de redução do nível geral de preços na economia.