Minerais críticos podem integrar negociações tarifárias entre Brasil e EUA

O ministro Fernando Haddad revelou que minerais críticos e terras raras estão na pauta das negociações comerciais com os Estados Unidos, visando acordos estratégicos.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF), 11/06/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência pública conjunta, promovida pelas comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle da
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O Brasil pode incluir minerais críticos e terras raras nas negociações tarifárias com os Estados Unidos, conforme afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (4). Segundo o ministro, há possibilidade de um acordo bilateral envolvendo esses recursos estratégicos.

Em entrevista à BandNews, Haddad destacou que os Estados Unidos não possuem reservas abundantes desses minerais e que o Brasil pode colaborar para a produção de baterias mais eficientes, fundamentais para tecnologias avançadas.

[Continua depois da Publicidade]

“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse o ministro.

Minerais como lítio e nióbio são essenciais para baterias elétricas e processadores de inteligência artificial (IA). Desde maio, o governo brasileiro discute um novo marco regulatório para IA e datacenters, buscando impulsionar esse segmento estratégico.

Plano de contingência para tarifas

Sobre o plano de contingência para setores prejudicados pelas tarifas impostas pelo governo Trump, Haddad informou que as medidas estão prontas e devem ser anunciadas até quarta-feira (6), quando as tarifas entram em vigor.

[Continua depois da Publicidade]

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou a conclusão do plano, que inclui linhas especiais de crédito e apoio em compras governamentais para mitigar os impactos.

Possível ampliação da lista de exceções

O ministro também não descartou que outros produtos brasileiros possam ser incluídos na lista de exceções das tarifas norte-americanas até a data limite. Haddad ressaltou que o Brasil continuará negociando, enfatizando que os termos atuais são inaceitáveis, mas podem ser ajustados.

“Creio que alguma coisa ainda pode acontecer até o dia 6. Não trabalhamos com data fatídica e não vamos sair da mesa de negociação até vislumbrarmos um acordo com interesses comuns. Nesses termos, o Brasil não aceitará a taxação imposta”, afirmou.

Entre os setores que podem ser beneficiados, está o café. Após reunião com Alckmin, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcio Ferreira, avaliou em 50% a chance de exclusão do produto da tarifa de 50%.

Para receber nossas notícias em primeira mão, adicione CenárioMT às suas fontes preferenciais no Google Notícias .
Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.