O setor do comércio registrou forte crescimento das vendas em 2022, em Mato Grosso. No primeiro trimestre de 2023, não foi diferente.
De acordo com dados do IBGE, o volume de vendas no Estado cresceu 8,2% no varejo ampliado, conceito que abrange o varejo e atividades mais específicas, como veículos, motos e partes, além de materiais para construção.
Considerando apenas o comércio varejista, o avanço foi de 5,7%. Ao longo do trimestre, o setor do comércio criou mais 1,5 mil vagas formais.
Considerando o conjunto de todos os setores da economia, mais de 19 mil vagas foram criadas em Mato Grosso no primeiro trimestre de 2023.
Apesar do avanço das vagas formais, o trimestre registrou crescimento do desemprego na comparação com o quarto trimestre de 2022.
Isso ocorre porque o desemprego depende não só do número de vagas, mas também da quantidade de pessoas dispostas a trabalhar.
Mesmo com esse avanço mais recente, a taxa de desemprego segue muito abaixo da verificada na média nacional.
No País como um todo, o desemprego atinge 8,8% da força de trabalho.
Em Mato Grosso, esse percentual é de 4,5%, praticamente a metade. Conforme o levantamento da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/MT), os dados do comércio local estão em linha com o que se observou nos dados divulgados para a economia no primeiro trimestre.
“De maneira geral, o desempenho da economia mostrou-se mais favorável do que o esperado”, afirma o presidente da entidade, David Pintor, reforçando que “esse fato também está refletido no desempenho do setor de serviços mato-grossense, que registrou crescimento acima da média nacional.
Já a indústria amargou um resultado negativo no primeiro trimestre de 2023. Deve-se notar, no entanto, que o desempenho do setor em igual período do ano passado foi excepcional, razão pela qual a comparação com o mesmo período de 2023 fica prejudicada”, disse.
Pintor observou ainda, que a grande questão que se coloca é se a economia local e o setor do comércio conseguirão manter o ritmo de crescimento observado nos últimos meses.
“As projeções de especialistas indicam um arrefecimento do crescimento do país. O tamanho desse arrefecimento dependerá da trajetória dos juros, da evolução da confiança dos consumidores e empresários e do desempenho da inflação. Os dados que serão divulgados no próximo mês permitirão algumas inferências sobre o pulso da economia no segundo trimestre”, diz ele.
VENDAS DO COMÉRCIO – Em Mato Grosso, comércio registra resultado positivo no primeiro trimestre de 2023, com avanço de 8,2% do varejo ampliado.
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) permitem avaliar o desempenho das vendas do comércio mato-grossense no primeiro trimestre de 2023.
Os números estão segmentados por comércio varejista e por varejo ampliado.
No varejo ampliado, após uma queda acentuada na comparação entre janeiro de 2023 e o mês anterior, as vendas recuperaram-se, acumulando uma alta de 8,2% no primeiro trimestre de 2023 na comparação com o primeiro trimestre de 2022.
O comércio varejista também apresentou queda na comparação mensal de janeiro, com recuperação nos meses seguintes.
No primeiro trimestre de 2023, ante o mesmo período do ano anterior, a alta do comércio varejista foi de 5,7%.
O avanço trimestral do varejo ampliado maior do que o varejista decorre uma melhora das atividades comerciais incluídas nessa segmentação, mas que não fazem parte do conceito de comércio varejista, como é o caso de veículos, motocicletas e peças, além de materiais para construção.
MERCADO DE TRABALHO (PNAD) – No terceiro trimestre, taxa de desemprego sobe para 4,5% em Mato Grosso, mas segue em patamar historicamente baixo, mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que estimou em 1,8 milhão a força de trabalho de Mato Grosso.
A força de trabalho é composta pela parcela da população empregada e pela parcela que não está empregada, mas está à procura de uma ocupação, os chamados desempregados.
Em Mato Grosso, dentro da força de trabalho, 1,7 milhão está em alguma ocupação e 83 mil desempregados.
A taxa de desemprego é obtida pela razão entre o número de desempregados e a força de trabalho. Essa taxa chegou a 4,5% no Estado.
A taxa de desemprego avançou no primeiro trimestre de 2023, na comparação com o último trimestre de 2022, quando chegou a 3,5%. No entanto, ampliando o horizonte, é possível observar uma forte queda desde 2021.
Ainda de acordo com o IBGE, a renda média do trabalho foi estimada em R$ 3 mil. Isso representa um avanço de 10,9%, na comparação com o primeiro trimestre de 2022.
O desemprego observado no Estado é um dos menores do país e ficou bem abaixo da média nacional (8,8%).
MERCADO DE TRABALHO (CAGED) – Comércio representa 27,5% do total de vagas formais em Mato Grosso.
Em março de 2023, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado de Mato Grosso registrou o saldo de fechamento de 10 vagas formais, considerando o conjunto de todos os setores.
Esse número resulta da diferença entre o total de admissões e o total de demissões. Já o setor do comércio registrou a criação de 239 vagas no Estado.
Com o resultado de março, o setor apresentou um saldo de criação de 1.548 vagas formais no primeiro trimestre de 2023.
No conjunto de todos os setores, 19.556 vagas formais foram criadas. Com os dados do Caged também é possível avaliar a evolução do emprego formal em Mato Grosso.
Depois de uma queda inicial com o começo da pandemia, o número total de vagas formais passou a crescer a partir do segundo trimestre de 2020, chegando a 853,7 mil em março de 2023.
O comércio emprega 27,5% das vagas formais do Estado. Em termos absolutos, isso equivale a 234,8 mil postos de trabalho.
MERCADO DE CRÉDITO – Dados do Banco Central do Brasil mostram que, em março de 2023, o valor das operações de empréstimo e financiamentos em aberto chegou a R$ 127 bilhões no segmento de pessoas físicas (PF) e a R$ 62,6 bilhões no segmento de pessoas jurídicas (PJ) em Mato Grosso.
O saldo em aberto contempla os valores a vencer e os valores vencidos e não pagos. Esses números representaram um crescimento real – já descontando a inflação – de 16,7% no crédito a PF e de 14,6% no crédito a PJ.
A série histórica mostra um crescimento acelerado do crédito nos dois segmentos, sobretudo no crédito a PF.
Além disso, observa-se uma recuperação do crédito a empresas, que apresentou queda até o início do segundo trimestre de 2022. Por fim, os dados do BC permitem analisar o percentual do saldo de crédito com atraso superior a 90 dias.
Em março de 2023, esse percentual chegou a 1,9% do saldo de crédito a PF e a 1,5% do saldo de crédito a PJ.
Esse resultado é importante, pois mostra que a inadimplência segue baixa no Estado mesmo com o avanço expressivo do crédito.
