Lucro do Banco do Brasil cai 40,7% no primeiro semestre de 2025

O Banco do Brasil registrou queda significativa no lucro do primeiro semestre, impactado por novas regras contábeis e aumento da inadimplência no agronegócio.

Fonte: CenárioMT

Lucro do Banco do Brasil cai 40,7% no primeiro semestre de 2025
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil (BB) atingiu R$ 11,2 bilhões de janeiro a junho de 2025, registrando queda de 40,7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (14). No segundo trimestre, o lucro recuou 60%, chegando a R$ 3,8 bilhões, refletindo um cenário de ajustes internos e expansão futura planejada.

A presidenta do BB, Tarciana Medeiros, afirmou que 2025 é um ano de reestruturação com foco na aceleração do crescimento, com projeção de lucro entre R$ 21 e R$ 25 bilhões, menor que o recorde de R$ 37,9 bilhões alcançado em 2024. Ela destacou ainda investimentos em tecnologia e capacitação para oferecer melhores soluções aos clientes.

Impacto das novas regras contábeis

Em janeiro, entrou em vigor uma resolução do Conselho Monetário Nacional que alterou o modelo contábil das instituições financeiras, afetando o reconhecimento de receitas e despesas. O Banco deixou de registrar R$ 1 bilhão em receitas de crédito devido ao regime de caixa aplicado às operações com atrasos acima de 90 dias.

Inadimplência em alta

O índice de inadimplência subiu para 4,21% no segundo trimestre, impactado principalmente pelo agronegócio, setor em que o BB é líder na concessão de crédito.

Revisão de projeções

Com a queda nos lucros, o BB ajustou suas projeções para 2025:

  • Crescimento da carteira de crédito: 3% a 6%;
  • Margem financeira bruta: R$ 102 a R$ 105 bilhões;
  • Custo do crédito: R$ 53 a R$ 56 bilhões;
  • Lucro líquido ajustado: R$ 21 a R$ 25 bilhões;
  • Receitas com serviços: R$ 34,5 a R$ 36,5 bilhões;
  • Despesas administrativas: R$ 38,5 a R$ 40 bilhões.

Carteira de crédito

A carteira de crédito ampliada encerrou junho em R$ 1,3 trilhão, alta de 1,3% no trimestre e 11,2% em 12 meses. Destaques por segmento:

  • Pessoa Física: R$ 342,6 bilhões, com crescimento no crédito consignado;
  • Pessoa Jurídica: R$ 468 bilhões, incluindo grandes empresas e clientes do governo;
  • Agronegócios: R$ 404,9 bilhões, com foco em custeio e investimento;
  • Crédito Sustentável: R$ 396,5 bilhões, financiando projetos sociais e ambientais.

Receitas e despesas

Receitas de serviços somaram R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre, com leve queda anual. Despesas administrativas totalizaram R$ 9,7 bilhões, motivadas por novas contratações e aumento salarial.

Dividendos

O BB reduziu a distribuição de lucro aos acionistas de 40% para 30%. A projeção de dividendos do governo para 2025 caiu de R$ 43,4 bilhões para R$ 41,9 bilhões, refletindo menor repasse do banco ao maior acionista.

Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.