Lewandowski revela ponta do iceberg das operações contra crime em combustíveis

O ministro da Justiça alerta que as recentes ações da Polícia Federal em São Paulo representam apenas o início de uma investigação mais ampla sobre o setor de combustíveis.

Fonte: CenárioMT

Lewandowski revela ponta do iceberg das operações contra crime em combustíveis
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que as operações da Polícia Federal e do Ministério Público em São Paulo nesta quinta-feira representam apenas a “ponta do iceberg”.

Em entrevista ao programa Voz do Brasil, Lewandowski destacou a necessidade de investigar todos os níveis hierárquicos das organizações criminosas envolvidas.

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“Nós descobrimos a ponta desse iceberg e vamos agora descobrir a base”, disse o ministro.

As investigações revelaram conexões entre o crime organizado, o setor financeiro e empresas de combustíveis. O dinheiro oriundo da exploração ilegal era lavado por meio de fintechs e fundos financeiros. Lewandowski ressaltou que essas ações evidenciam a migração do crime da ilegalidade para a legalidade.

Formas de repressão

“Os instrumentos tradicionais de combate à criminalidade não eram suficientes para enfrentar esse fenômeno, que envolve análises financeiras, contábeis e fiscais”, explicou o ministro.

Ele lembrou que, no início do ano, o ministério criou um núcleo especializado para uma visão mais ampla da atuação do crime organizado em diversos setores.

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Atividade integrada

“Adotamos um enfoque multissetorial e multidisciplinar para investigar a infiltração do crime no setor de combustível, indo além da repressão física”, afirmou Lewandowski.

Outro objetivo foi mapear a lavagem de dinheiro, com a participação da Receita Federal na identificação da origem dos recursos.

“Foram operações planejadas com grande esforço e que resultaram em avanços significativos”, avaliou o ministro.

Movimentações ilícitas

Foram cumpridos quase 400 mandados judiciais, segundo Lewandowski.

“Descobrimos R$ 140 bilhões em movimentações ilícitas e bloqueamos mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores”, informou.

Ao todo, 14 pessoas foram presas. As operações Quasar, Tanque e Carbono Oculto permitiram penetrar no núcleo das atividades ilícitas no setor de combustíveis.

Postos envolvidos

As investigações apontaram adulteração de combustível, desvio de metanol de refinarias e lavagem de dinheiro. Mais de mil postos de gasolina foram identificados como parte do esquema.

Novas operações são esperadas com base nos documentos apreendidos, adiantou o ministro.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.