O economista norte-americano Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia em 2008, criticou duramente o ex-presidente Donald Trump por impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Segundo ele, a medida não tem justificativa econômica e seria um gesto político para proteger Jair Bolsonaro de processos judiciais no Brasil.
Krugman descreveu Trump como “mau e megalomaníaco” e argumentou que as tarifas são uma forma de punir o Brasil por julgar Bolsonaro por tentativa de golpe. Para o economista, Trump sequer tenta dar uma justificativa econômica plausível para a taxação.
Em suas declarações, Krugman relembrou o histórico de Bolsonaro, citando sua derrota eleitoral e a tentativa frustrada de permanecer no poder. Ele comparou o episódio à invasão do Capitólio em 2021, quando apoiadores de Trump tentaram reverter o resultado da eleição presidencial americana.
Trump, por sua vez, enviou mensagem ao governo brasileiro classificando o julgamento de Bolsonaro como uma “Caça às Bruxas” e pedindo o fim imediato do processo. Para Krugman, esse gesto revela a intenção de ajudar outro “projeto de ditador” ao usar tarifas como instrumento de pressão internacional.
O economista também questionou a eficácia da medida, apontando que os Estados Unidos não são o principal parceiro comercial do Brasil. Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostram que, em 2022, a China respondeu por 26,8% das exportações brasileiras, enquanto os EUA representaram 11,4%.
Para Krugman, as ações de Trump poderiam até justificar um processo de impeachment, se houvesse um funcionamento pleno das instituições democráticas. Ele concluiu chamando a estratégia de “diabólica e megalomaníaca”, alertando sobre os riscos de líderes com ambições autoritárias se apoiarem mutuamente no cenário internacional.
