Itaipu investe em renováveis e planeja dobrar capacidade energética

Hidrelétrica aposta em energia solar, biogás e hidrogênio verde para diversificar sua matriz energética e ampliar sua produção.

Fonte: CenárioMT

Foz do Iguaçu (PR), 17/07/2025 - Vista externa com comportas da usina Itaipu Binacional. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Responsável por cerca de 9% da energia elétrica consumida no Brasil, a Itaipu Binacional avança em projetos de fontes renováveis com o objetivo de dobrar sua capacidade instalada. A hidrelétrica, localizada em Foz do Iguaçu (PR) e operando há 40 anos, iniciou a instalação de placas solares flutuantes no reservatório do Rio Paraná, projeto que deve ser concluído até setembro de 2025.

O projeto-piloto inclui 1.500 placas fotovoltaicas em uma área de 1 hectare, o equivalente a um campo de futebol — menos de 1% dos 1.350 km² do reservatório. A expectativa é gerar 1 megawatt-pico (MWp), suficiente para abastecer 650 residências. A produção será destinada ao consumo próprio da usina.

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O investimento é de US$ 854,5 mil (aproximadamente R$ 4,7 milhões) e a execução está a cargo de um consórcio binacional formado pelas empresas Sunlution (Brasil) e Luxacril (Paraguai).

Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, estudos ambientais estão em andamento para avaliar a possibilidade de expansão da área com painéis solares. A meta futura seria cobrir até 10% do reservatório, o que permitiria gerar 14 mil MW adicionais.

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Além da energia solar, Itaipu investe no desenvolvimento de hidrogênio verde por meio do Centro Avançado de Tecnologia de Hidrogênio, localizado no Itaipu Parquetec. A unidade produz hidrogênio por eletrólise com energia limpa da hidrelétrica, o que torna o processo ambientalmente sustentável.

De acordo com o pesquisador Dan Yushin Miyaji, o hidrogênio verde tem potencial para ser usado como combustível ou insumo para produtos como amônia e metanol. Durante a COP30, a ser realizada em Belém, Itaipu apresentará um barco movido a hidrogênio como projeto piloto.

A empresa também atua na geração de biogás e biometano a partir de resíduos orgânicos e suinocultura. Em Toledo (PR), um projeto desenvolvido com R$ 19 milhões da Itaipu processa diariamente dejetos de 40 mil suínos. A biousina gera energia suficiente para abastecer até 1.500 casas.

As unidades operadas em parceria com o CIBiogás também produzem hidrocarbonetos renováveis, como o bio-syncrude, óleo sintético usado na produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação), outro destaque que será levado à COP30.

Como empresa binacional, qualquer mudança na atividade fim de Itaipu requer acordo entre Brasil e Paraguai. A diretoria pretende ampliar o escopo do tratado vigente para incluir formalmente outras fontes renováveis no portfólio da usina.

A meta é consolidar Itaipu como uma grande produtora de energia limpa e diversificada, garantindo sustentabilidade e preços acessíveis no contexto da transição energética.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada. Envie sua sugestão para o e-mail [email protected]