IGP-M recua 0,36% em outubro, pressionado por queda nas commodities agrícolas e redução da energia elétrica residencial

Fonte: CenarioMT

Em outubro, os preços ao produtor foram impactados pela queda de matérias-primas brutas agropecuárias de peso, como leite in natura, café em grão, soja em grão e bovinos. (Foto: Canva)

Após subir 0,42% em setembro, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,36% em outubro, segundo dados divulgados na quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). Com o resultado, o indicador acumula recuo de 1,30% no ano e alta de 0,92% nos últimos 12 meses.

A variação negativa foi influenciada, principalmente, pela redução nos preços das matérias-primas agropecuárias, como leite in natura, café em grão, soja e bovinos, e pela desaceleração dos custos ao consumidor, especialmente no grupo Habitação, que teve impacto direto da queda nas tarifas de energia elétrica residencial após a mudança da bandeira tarifária, de vermelha patamar 2 para vermelha patamar 1.

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“Em outubro, os preços ao produtor foram impactados pela queda de matérias-primas brutas agropecuárias de peso, como leite in natura, café em grão, soja em grão e bovinos. Já os preços ao consumidor registraram forte desaceleração, influenciada principalmente pelo grupo Habitação”, destacou Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

O comportamento dos preços no atacado também refletiu na composição do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que apresentou queda de 0,59%, revertendo a alta de 0,49% observada em setembro. O grupo de Bens Finais subiu 0,39%, enquanto Matérias-Primas Brutas caíram 1,41%, sinalizando arrefecimento na cadeia produtiva.

No caso do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), houve alta moderada de 0,16%, abaixo do avanço de 0,25% registrado no mês anterior. Entre as oito classes de despesa avaliadas, apenas Habitação apresentou recuo expressivo (de 1,14% para 0,04%), enquanto grupos como Alimentação, Vestuário e Transporte tiveram leve aceleração.

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Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) manteve o mesmo ritmo de setembro, com alta de 0,21%, puxado pelo reajuste nos preços de materiais metálicos para estrutura, como vergalhões e arames de aço.

O IGP-M é amplamente utilizado no Brasil como referência para reajustes de contratos de aluguel, tarifas públicas e serviços. O índice é composto por três subindicadores: o IPA (60%), o IPC (30%) e o INCC (10%), e serve como um dos principais termômetros da inflação no país.

Apesar da leve queda em outubro, analistas avaliam que o resultado reforça o cenário de inflação mais controlada, com os efeitos da safra agrícola e da redução de custos de energia amenizando as pressões sobre os preços no atacado e ao consumidor.

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Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT