Haddad critica ligação entre votação do IR e anistia como loucura

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou como inadequada a tentativa de vincular a isenção do imposto de renda à anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

Fonte: CenárioMT

Haddad critica ligação entre votação do IR e anistia como loucura
Haddad critica ligação entre votação do IR e anistia como loucura - Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, definiu como ‘loucura’ a proposta de parlamentares de vincular a votação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil à apreciação da anistia de envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

A declaração foi feita durante entrevista ao Podcast 3 Irmãos na manhã de sábado (27).

“Nem me passa pela cabeça que isso possa estar sendo discutido, porque é uma loucura. Você vai submeter um projeto de justiça social, justiça tributária a isso? Faz a discussão que quiser, mas atrelar uma coisa à outra? Em vez de ser um dia de festa, que dia é esse? Vota com a tua consciência no projeto de imposto de renda”, disse Haddad, direcionando-se aos parlamentares.

A Câmara dos Deputados deve votar na próxima quarta-feira (1º) o projeto de lei que isenta do IR quem ganha até R$ 5 mil. A proposta também prevê redução parcial do imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

O relator do projeto de anistia, Paulinho da Força, afirmou na quinta-feira (24) que, caso o perdão aos condenados não seja votado antes do projeto tributário, a apreciação da mudança no IR estaria em risco.

Estudos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que a mudança pode dobrar de 10 milhões para 20 milhões o número de trabalhadores isentos do imposto, enquanto a redução parcial beneficiaria cerca de 16 milhões de pessoas. Atualmente, a isenção do IR vale para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 3.036 por mês).

Apoio ao fim da escala 6×1

Haddad também se declarou favorável ao fim da escala 6 por 1, em debate no Congresso Nacional. Segundo ele, a ideia é que as pessoas trabalhem mais anos, mas com menos dias por semana, equilibrando trabalho e tempo livre.

“Tudo me leva a crer que o equilíbrio entre essas coisas vai exigir que a gente trabalhe mais tempo ao longo da vida, mas menos dias por semana para usufruir melhor da vida”, disse. Ele acrescentou que liberar tempo para pessoas com filhos pequenos é essencial, evitando jornadas exaustivas de 12 a 14 horas diárias.

Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.