Haddad anuncia que medidas de corte serão incluídas em novo projeto de gastos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que as medidas de contenção orçamentária serão integradas ao projeto relatado por Juscelino Filho, com o objetivo de ajustar as contas de 2026.

Fonte: CenárioMT

Haddad anuncia que medidas de corte serão incluídas em novo projeto de gastos
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta terça-feira (28) que as medidas de corte de gastos públicos serão incorporadas ao projeto relatado pelo deputado Juscelino Filho (União Brasil-MA). A proposta, que cria o Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp), deverá concentrar as ações menos polêmicas do pacote fiscal que o governo pretende aprovar ainda em 2025.

Segundo Haddad, as medidas de limitação de despesas e revisão de cadastros sociais representam cerca de 60% do esforço necessário para recompor o Orçamento de 2026. A decisão foi tomada após conversas com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que sugeriu agrupar as propostas em um texto com pertinência temática.

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Com a retirada da Medida Provisória 1.303 da pauta no início do mês, o governo optou por aproveitar o projeto de Juscelino Filho para incluir os dispositivos de controle de gastos. Caso seja aprovado, o texto permitirá uma economia estimada de R$ 4,28 bilhões em 2025 e R$ 10,69 bilhões em 2026.

Ajustes e tramitação

O Projeto de Lei 458/2021, que institui o Rearp, já foi aprovado pelo Senado e aguarda votação na Câmara. Com as novas medidas, a proposta deverá ser ajustada e retornará ao Senado para nova análise. Haddad afirmou que a votação é essencial para dar previsibilidade à peça orçamentária do próximo ano.

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“O importante é votar o tema e garantir estabilidade fiscal, como fizemos nos últimos dois anos”, declarou o ministro.

Medidas de economia previstas

Entre as ações que serão incorporadas ao projeto estão:

  • Pé-de-Meia – inclusão dos gastos do programa estudantil no piso constitucional da educação, reduzindo despesas em R$ 4,8 bilhões em 2026;
  • Perícia médica (Atestmed) – redução do prazo de concessão de benefício por incapacidade temporária de 180 para 30 dias sem perícia, economizando R$ 1,2 bilhão em 2025 e R$ 2,6 bilhões em 2026;
  • Seguro-defeso – vinculação do pagamento a pescadores à homologação de registros municipais e ao orçamento, com economia de até R$ 1,7 bilhão;
  • Compensação previdenciária – criação de um teto para a compensação da União a regimes estaduais e municipais, cortando cerca de R$ 1,5 bilhão por ano.

Na arrecadação, o governo pretende recuperar o dispositivo que restringe compensações tributárias de PIS e Cofins sem relação direta com a atividade empresarial. A medida pode gerar R$ 10 bilhões adicionais por ano entre 2025 e 2026.

Próximos passos

O presidente da Câmara pretende colocar o projeto em votação ainda nesta semana. Após a aprovação, o Ministério da Fazenda deve retomar propostas para aumentar a arrecadação, como a tributação de fintechs e bets (casas de apostas online).

“Estamos avaliando medidas complementares para equilibrar o orçamento e corrigir distorções tributárias”, afirmou Haddad, destacando o apoio de parte da bancada do PL às novas regras.

A derrubada da MP 1.303 havia eliminado medidas de ajuste que envolviam tributação sobre apostas eletrônicas, rendimentos financeiros e limitações de compensações tributárias. O novo projeto surge como alternativa para recuperar parte desse espaço fiscal.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.