O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) solicita a inclusão do café na lista de exceções das tarifas de 50% que os Estados Unidos aplicaram a produtos brasileiros.
Recentemente, o presidente americano, Donald Trump, oficializou a taxação sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o café, que passa a ser um dos alvos da medida. No entanto, a Ordem Executiva americana contempla cerca de 700 exceções, entre elas suco e polpa de laranja, minérios, combustíveis e aeronaves civis.
O Cecafé informou que continuará negociações com entidades norte-americanas, como a National Coffee Association (NCA), para que o café seja retirado da lista de produtos tarifados.
“Essa ação provocará aumento significativo dos preços e inflação, pois esses custos serão repassados ao consumidor americano”, afirmam o presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Márcio Ferreira, e o diretor-geral Marcos Matos.
A relação entre Brasil e Estados Unidos no mercado do café é essencial, já que o Brasil abastece mais de 30% do consumo americano, sendo o maior exportador do produto para o país.
Os EUA respondem por 16% das exportações brasileiras de café, demonstrando a importância dessa parceria comercial.
“O café tem alta relevância para os americanos, considerando que 76% da população consome a bebida e que o gasto anual com café e produtos relacionados chega a cerca de US$ 110 bilhões”, complementam os representantes do Cecafé.
Além disso, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) alerta que a taxação impactará negativamente a cadeia do café especial, que tem nos Estados Unidos seu principal mercado, onde são exportadas aproximadamente 2 milhões de sacas, gerando receita superior a US$ 550 milhões ao ano para o Brasil.