“Diesel da soja” deve ampliar demanda e mercado ao grão de Mato Grosso

O HVO está avançado e deve consumir grande parte da produção dos EUA, favorecendo a produção brasileira

Fonte: DIÁRIO DE CUIABÁ

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Mato Grosso e o Brasil podem ganhar ainda mais mercado de soja mundial.

O HVO, diesel da soja, está bastante avançado e deve consumir grande parte da produção norte- americana nos próximos anos, o que deve favorecer a produção brasileira.

A avaliação foi feita pelos especialistas de agro, Marcos Fava, consultor e analista de mercado, André Pessoa, e o ex-presidente da John Deere, Paulo Hermman, durante o Master Meeting Soja, o principal evento de Soja de Mato Grosso, em Cuiabá.

Segundo o professor da FGV, especialista em planejamento estratégico, e influenciador digital Marcos Fava, que falou sobre abastecimento, a América Latina será um dos maiores em saldo do comércio agro até 2030.

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“Em números, em até 8 anos, há possibilidade de o milho e da soja baterem os Estados Unidos em produção. E Mato Grosso tem grandes chances de liderar”, previu.

Fava afirmou que o Brasil já produz 41% da produção de soja do mundo e, para manter o crescimento, deve buscar medidas de sequestro de carbono.

“O pilar sustentabilidade vem com tudo a partir de 2023. Na pandemia com lockdown, por conta da segurança alimentar, o mercado não focou no tema. Mas, de agora em diante, isso muda. No entanto, o equilíbrio da oferta e da demanda volta ao estímulo monetário dos mercados. Estimo ainda que o câmbio, até fim do ano, o dólar não passe dos R$ 4,70.”, revelou.

O Doutor Agro explicou ao público, de mais de 400 agricultores, que o desafio da produtividade, além do foco em sustentabilidade, deve reunir cinco itens, o que chamou de “pentágono dos vitoriosos”.

São eles: gestão financeira, excelência operacional, obsessão nos controles, liderança e coletivismo.

Já o especialista em análise de mercado e política agrícolas o segundo painelista, André Pessoa, reforçou que o crescimento do consumo de biodiesel no mundo deve impulsionar a produção de soja no país.

Pessoa disse que, em 2021, o setor de transportes foi responsável por 32,5% do consumo de energia no Brasil, originada predominantemente do petróleo.

No transporte de cargas rodoviário, o consumo do biodiesel cresceu 6,5%, impulsionado pelo avanço de sua contraparte fóssil e outras questões de mercado.

“Como consequência destes movimentos, o setor de transportes do Brasil apresentou uma matriz energética composta por 23% de fontes renováveis em 2021. E este cenário tem crescido desde então”, estimou.

De acordo com Pessoa, o apelo pelo uso de combustíveis com menor emissão de gases e de fontes renováveis tem crescido e ganhado atenção das autoridades competentes.

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“Hoje, o combustível destaque é o HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado) é um combustível fundamentalmente fabricado a partir de óleo em geral, como o de soja. A tendência é parte de a soja ser comercializada na produção de combustíveis, o mercado se amplia mais ainda”, afirmou.

E por fim, o ex-presidente da John Deere Brasil, o engenheiro agrícola Paulo Herrmann, no painel Inovação, tratou sobre a importância de estudar cada segmento produtivo e o seu manejo com controle de custo e dados organizados para tomada de decisão.

“É possível prever que em 2031, sem desmatamento ilegal, teremos 123 milhões de hectares com 2,4 milhões de animais por hectare, com um total de 295 milhões cabeças de rebanho no Brasil”, destacou, ao falar de como o segmento de soja e pecuária integrada tem crescido de forma sustentável. sem perder de vista a produção com dados organizados.

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