Cuiabá encerra o mês de agosto com uma boa notícia para os consumidores: a cesta básica apresentou o menor preço registrado em 2025, segundo levantamento semanal do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT). O conjunto de 13 itens essenciais atingiu o valor médio de R$ 790,77, uma redução de 1,06% em relação à semana anterior.
Apesar do alívio, o valor atual segue 7,35% acima do mesmo período de 2024, evidenciando que, mesmo com a queda, o poder de compra ainda está pressionado pela inflação acumulada.
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Itens que puxaram a queda da cesta
Três produtos em especial ajudaram a reduzir o preço da cesta básica em Cuiabá:
- Batata: apresentou variação negativa de 12,67%, chegando a R$ 3,51/kg. A queda está relacionada à retomada da colheita e ao pico da safra de inverno, aumentando a oferta no mercado.
- Açúcar: registrou redução de 12,28%, custando em média R$ 2,53/kg. O movimento reflete o pico da safra de cana-de-açúcar, que eleva a produção das usinas e amplia a oferta interna.
- Tomate: caiu 10,71%, com valor médio de R$ 6,48/kg. Apesar da redução, o preço atual ainda é 42,72% maior que em 2024, quando custava R$ 4,54/kg. O recuo se deve ao clima favorável e maior produtividade das lavouras.
Impacto para os consumidores
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, destacou que, embora a queda represente um alívio imediato, ainda há desafios para o orçamento familiar:
“É positivo ver que agosto terminou com a cesta básica custando em média R$ 790, a menor registrada em 2025, o que pode representar um respiro momentâneo para as famílias. No entanto, o fato de permanecer acima do observado no mesmo período de 2024 e acima da taxa de inflação mostra que, apesar do recuo recente, o poder de compra dos itens da cesta segue comprometido”, ressaltou.
Sazonalidade e preços dos alimentos
Segundo Wenceslau Júnior, a queda nos preços reflete o avanço das safras agrícolas, mostrando como a sazonalidade agropecuária é determinante para o custo da alimentação:
“Os preços da batata, do açúcar e do tomate recuaram, impulsionados pelo avanço das safras e sua produtividade. Esse movimento mostra como os preços dos alimentos dependem, em grande parte, da sazonalidade agropecuária e se destacaram frente a fatores, como outras etapas da cadeia produtiva ou mudanças na demanda”, explicou.
Contexto nacional e importância do levantamento
O monitoramento realizado pelo IPF-MT faz parte de uma iniciativa do Sistema S do Comércio, composto pela Fecomércio, Sesc, Senac e IPF, que atua no levantamento e análise de dados sobre o consumo em Mato Grosso. A entidade é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), presidida por José Roberto Tadros.
Relatórios como esse são fundamentais para compreender a dinâmica dos preços e seus impactos sociais, auxiliando famílias, empresários e formuladores de políticas públicas.
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Mesmo com o alívio registrado em agosto, o desafio para os consumidores cuiabanos permanece: como equilibrar o orçamento diante de preços ainda elevados em relação ao ano anterior. Os próximos meses serão decisivos para entender se a tendência de queda da cesta básica irá se consolidar.