Copom mantém Selic em 15% ao ano após sete aumentos consecutivos

Com desaceleração da economia e recuo da inflação, Banco Central decide interromper alta da taxa básica de juros.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF), 11/07/2025 - Edifício do Banco Central. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Copom mantém Selic em 15% ao ano após sete aumentos consecutivos - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 15% ao ano, interrompendo uma sequência de sete aumentos consecutivos iniciada em setembro do ano passado. A decisão era amplamente esperada pelo mercado financeiro, em meio a sinais de arrefecimento da inflação e desaceleração da atividade econômica.

Esta é a taxa mais alta desde julho de 2006, quando a Selic estava em 15,25% ao ano. A pausa marca o fim de um ciclo de aperto monetário que começou com a Selic a 10,5% ao ano, passando por diversas elevações graduais até atingir o atual patamar.

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Inflação sob vigilância

A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o IPCA caiu para 0,24%, mesmo com pressões nos preços de alimentos e da energia elétrica. No acumulado de 12 meses, o índice alcança 5,35%, superando o teto da meta de inflação.

O IPCA-15 de julho, considerado uma prévia da inflação, surpreendeu ao registrar aceleração devido aos aumentos nos preços da energia e das passagens aéreas. Com a nova regra de metas contínuas, válida desde janeiro, o Banco Central deve perseguir uma meta de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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Isso significa que a inflação deve permanecer entre 1,5% e 4,5% ao longo de qualquer período de 12 meses. Em junho, a previsão do Banco Central para o IPCA de 2025 foi revisada para 4,9%, mas pode ser ajustada dependendo do comportamento cambial e da inflação nos próximos meses.

Segundo o boletim Focus, a projeção do mercado para o índice oficial de inflação no fim deste ano está em 5,09%, pouco abaixo dos 5,2% estimados no mês anterior.

Efeito no crédito e no crescimento

A Selic elevada encarece o crédito, desestimula o consumo e ajuda a controlar a inflação, mas também pode frear o crescimento econômico. No último relatório de política monetária, o Banco Central aumentou para 2,1% sua previsão de crescimento do PIB para 2025.

Já o mercado financeiro projeta uma expansão levemente maior, de 2,23%, conforme a edição mais recente do boletim Focus.

A taxa Selic serve de referência para todas as demais taxas de juros da economia e influencia diretamente os custos dos financiamentos e empréstimos. O Banco Central só reduz essa taxa quando há confiança de que a inflação está controlada e não apresenta risco de aceleração.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.