O comércio de Mato Grosso confirma sinais de recuperação em 2025 e apresenta resultados superiores à média nacional. Dados da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso (FCDL/MT), com base em levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o varejo ampliado cresceu 2,9% no acumulado dos 12 meses encerrados em julho. O desempenho contrasta com a desaceleração observada no país como um todo.
Enquanto a média nacional indica perda de ritmo nas vendas, Mato Grosso demonstra resiliência. A recuperação do varejo estadual marca uma virada em relação a 2024, quando o comércio sofreu retração devido à desaceleração econômica e aos efeitos da quebra de safra.
Além do comércio, o setor de serviços também se destaca. No acumulado de janeiro a julho de 2025, houve alta de 3,3% no volume de serviços prestados, acima da média brasileira de 2,6%. Já a indústria, por outro lado, registrou retração de 5,1% no período.

Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Mato Grosso (FCDL/MT), David Pintor, os dados refletem a resiliência e a força da economia estadual:
“Mato Grosso mostra mais uma vez a sua capacidade de reação. Enquanto no cenário nacional o comércio começa a perder fôlego, aqui conseguimos manter um ritmo de crescimento, impulsionado pela força do varejo, do agronegócio e dos serviços. O desafio daqui para frente é garantir que o crédito continue crescendo de forma sustentável, sem comprometer a saúde financeira de empresas e consumidores”, avaliou.
Criação de empregos formais
O CAGED apontou saldo positivo de 2.817 vagas formais em agosto de 2025. Apesar de ser um número menor que em anos anteriores, o acumulado de janeiro a agosto mostra desempenho melhor do que em 2024. O setor de Serviços liderou a geração de empregos, com 19.197 vagas criadas no período, seguido pelo comércio, que abriu 4.884 postos formais.
Agro e crédito em expansão
No campo, as projeções seguem otimistas. O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) deve alcançar R$ 221,3 bilhões em 2025 — o maior valor da série histórica iniciada em 2016. Mato Grosso mantém a liderança nacional nesse indicador.
No mercado de crédito, os dados do Banco Central revelam forte expansão desde 2019. O saldo de crédito a pessoas físicas atingiu R$ 167,8 bilhões, com avanço real de 88% em relação ao período pré-pandemia. Para empresas, o crescimento foi de 53%, chegando a R$ 75,5 bilhões.
No entanto, o desafio está no aumento da inadimplência. Entre pessoas físicas, a taxa passou de 2,2% para 5%. No caso das empresas, subiu de 2,5% para 3,9%.
Desafios e perspectivas
Apesar dos avanços, a inadimplência crescente coloca pressão sobre a sustentabilidade do crédito. Especialistas reforçam que o equilíbrio será essencial para manter o ritmo de crescimento econômico e preservar a saúde financeira de consumidores e empresas.