Censo 2022 revela queda no nível de ocupação no Brasil

O Censo 2022 aponta que pouco mais da metade da população brasileira estava trabalhando, com destaque para diferenças regionais e faixas etárias.

Fonte: CenárioMT

Censo 2022 revela queda no nível de ocupação no Brasil
Censo 2022 revela queda no nível de ocupação no Brasil - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O nível de ocupação da população brasileira em 2022 foi de 53,3%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual indica que pouco mais da metade das pessoas com 14 anos ou mais estava trabalhando, número inferior ao registrado em 2010, quando era de 55,5%.

“Em 2010, a economia estava mais aquecida. Já em 2022, saíamos da pandemia, e a recuperação econômica ainda não estava completa”, afirmou o analista do IBGE João Hallack Neto.

Os dados, referentes a trabalho e rendimentos, foram coletados de uma amostra representativa de 10% da população, selecionada aleatoriamente para responder a um questionário detalhado.

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Entre os adolescentes de 14 a 17 anos, 11,1% já exerciam algum trabalho, enquanto 14,9% das pessoas com 65 anos ou mais continuavam atuando no mercado.

Renda

Em 2022, a média de remuneração mensal dos trabalhadores brasileiros foi de R$ 2.851. No entanto, 35,3% recebiam até um salário mínimo (R$ 1.212 na época), ligeiramente abaixo dos 36,4% registrados em 2010. A maior parte dos trabalhadores ganhava entre 1 e 5 salários mínimos, proporção que subiu de 54% para 57% entre os dois censos. Por outro lado, quem recebia acima de 5 salários mínimos caiu de 9,6% para 7,6%.

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O rendimento do trabalho representava 75,5% da renda domiciliar, enquanto aposentadorias, pensões, benefícios sociais e aluguéis correspondiam a 24,5%.

A relação entre educação e salário também se manteve: trabalhadores com ensino superior completo recebiam, em média, R$ 5.796, aproximadamente R$ 3.500 a mais que quem tinha apenas o ensino médio, com renda média de R$ 2.291.

Trabalho

O Censo revelou mudanças na ocupação: em 2022, 69,2% da população ocupada eram empregados, quase 5 pontos percentuais a menos que em 2010, enquanto os trabalhadores por conta própria aumentaram de 22,4% para 26,7%. A proporção de empregadores também cresceu, de 2,1% para 3,3%.

Entre os empregados, 56,3% atuavam no setor privado com carteira assinada, 18,5% sem carteira e 13,7% eram militares ou estatutários.

Regiões

O estudo apontou desigualdades regionais: Sudeste, Centro-Oeste e Sul superaram a média nacional de ocupação, com destaque para o Sul (60,3%). No Norte e Nordeste, menos da metade da população estava ocupada (48,4% e 45,6%, respectivamente).

O Centro-Oeste teve maior proporção de renda proveniente do trabalho (80,6%), enquanto no Nordeste esse percentual foi de 67,9%. O rendimento médio mensal variou de R$ 2.015 no Nordeste a R$ 3.292 no Centro-Oeste, passando por R$ 2.238 no Norte, R$ 3.154 no Sudeste e R$ 3.190 no Sul.

“Entre os municípios, 520 apresentaram rendimento nominal abaixo de um salário mínimo, enquanto 19 superaram quatro salários mínimos. Os 10 municípios com menores rendimentos estavam no Nordeste, e os 10 com maiores rendimentos, no Sul e Sudeste”, acrescentou Hallack Neto.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.