O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o sistema elétrico nacional possui capacidade suficiente para atender à demanda do país, afastando o risco de novos apagões. Segundo ele, a queda de energia registrada nesta terça-feira (14) foi um episódio pontual e momentâneo, causado por falhas técnicas na infraestrutura e não por falta de geração.
Em entrevista à Agência Brasil, após participar do programa Bom Dia, Ministro, Silveira explicou que o termo “apagão” se refere, tecnicamente, à falta de capacidade de geração — como ocorreu em 2001, durante a crise hídrica que obrigou o governo a adotar medidas de racionamento entre junho de 2001 e março de 2002. “Não é o caso agora”, garantiu o ministro.
Silveira destacou que, desde a interligação do sistema nacional, o país conseguiu distribuir de forma mais eficiente a energia gerada nas regiões com maior disponibilidade hídrica, evitando desequilíbrios regionais. Ele lembrou que em 2021 houve uma crise causada por falta de planejamento, quando a escassez de chuvas afetou a geração hidrelétrica e o uso de térmicas não foi devidamente acionado.
“Hoje, com o sistema interligado e o reforço das usinas térmicas, o Brasil não corre risco energético”, afirmou o ministro, reforçando que o recente incidente não se enquadra no conceito de apagão. “O termo se popularizou por motivações políticas, mas tecnicamente trata-se de falha de geração. O que ocorreu foi uma interrupção temporária no fornecimento, de origem técnica, com duração de cerca de 1h30min.”
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o problema teve início à 0h32 de terça-feira, quando um incêndio atingiu um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, provocando a interrupção de cerca de 10 gigawatts (GW) e impactando as regiões Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
O ministro explicou que a perda de 10 GW ocorreu enquanto o consumo total era de 72 GW, o que levou o sistema a interromper parte do fornecimento em alguns estados de forma automática e controlada. “Tudo ocorreu dentro da normalidade técnica, com restabelecimento gradual e seguro da energia”, concluiu Silveira.