O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (14), em São Paulo, que o governo seguirá tentando reduzir as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. O Brasil não abrirá mão de sua soberania, destacou.
“O primeiro ponto é garantir o diálogo e buscar a negociação. Em hipótese alguma vamos negociar aquilo que não é atribuição do Poder Executivo, como intervenção no Judiciário”, reforçou Fávaro.
As tarifas americanas fazem parte de uma série de ações contra o Brasil, ligadas ao julgamento de Jair Bolsonaro e aliados pela tentativa de golpe de 2022, incluindo sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal e investigação comercial contra o país.
Na quarta-feira (13), o governo anunciou um pacote de apoio de R$ 30 bilhões ao setor produtivo afetado, via medida provisória chamada MP Brasil Soberano. Fávaro classificou essas como as primeiras medidas e sinalizou a necessidade de ações complementares para setores fortemente dependentes do mercado norte-americano.
Segundo o ministro, indústrias com 80% a 90% de exportações destinadas aos EUA precisarão de atenção específica, enquanto empresas com menor dependência terão impactos reduzidos.
Abertura de mercados
O governo também intensifica a abertura de novos mercados. Fávaro comemorou a entrada em 400 novos destinos para produtos brasileiros e informou que o país investirá em compras públicas, incluindo manga e pescados, para suprir parcialmente a demanda perdida.
Leilão da Rota do Agro
O ministro participou na B3 do leilão da Rota do Agro, vencido pelo Consórcio Rota Agro Brasil com deságio de 19,70% no pedágio. O leilão reforça a competitividade e a infraestrutura para escoamento da produção agropecuária, afirmou Fávaro.
Renan Filho, ministro dos Transportes, destacou que este foi o leilão de rodovias mais disputado dos últimos anos, com investimentos privados superando os públicos e prometendo mais eficiência na logística do país.
Mais competitividade
Outros leilões de rodovias estão previstos até o fim do ano, totalizando possivelmente 14 ou 15 no governo. Melhor infraestrutura rodoviária é vista como ferramenta para enfrentar a guerra tarifária, disse Renan Filho, reforçando a necessidade de livre comércio em contraposição às barreiras comerciais internacionais.