Bitcoin intensifica queda e se afasta dos US$ 100 mil em meio à aversão global ao risco; entenda os motivos

Fonte: da Redação

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Imagem: Canva

O mercado de criptomoedas enfrentou uma sexta-feira (14) marcada por forte volatilidade e pressão vendedora, acompanhando o movimento de cautela observado nas bolsas americanas. O bitcoin (BTC) afundou pela manhã mais de 8%, atingindo o patamar de US$ 94 mil, e embora tenha reduzido parte das perdas ao longo da tarde, a principal criptomoeda do mundo segue distante da marca simbólica dos US$ 100 mil, que recentemente parecia ao alcance.

Por volta das 18h (horário de Brasília), o bitcoin registrava queda de 3,61%, negociado a US$ 94.252,11, segundo dados da plataforma Coinbase. Já o ethereum (ETH) mostrava resistência e avançava 0,07%, cotado a US$ 3.127,64, em movimento considerado atípico frente ao recuo da maior moeda digital do mercado.

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Pressão macroeconômica e aversão ao risco dominam o dia

O tom negativo dos criptoativos refletiu o clima de preocupação dos investidores globais diante das incertezas provocadas pelo recente shutdown parcial do governo dos Estados Unidos. A paralisação atrasou a divulgação de dados econômicos importantes, impedindo uma leitura clara do momento da economia americana e alimentando um ambiente generalizado de cautela.

Sem essas informações, os mercados passaram a operar em modo defensivo, reduzindo posições mais arriscadas e pressionando ativos voláteis — entre eles, as criptomoedas. Ao mesmo tempo, declarações recentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed) reforçaram as expectativas de que a instituição pode manter os juros elevados em dezembro, o que adicionou mais um elemento de desconforto aos investidores.

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Juros altos tornam investimentos de maior risco menos atraentes, reduzindo a liquidez destinada a ativos como bitcoin, altcoins e ações de tecnologia.

Investidores institucionais recuam, e “colchão de suporte” desaparece

Além da influência macroeconômica, analistas apontam para uma mudança significativa no comportamento dos investidores institucionais. Segundo o estrategista Patrick Munnelly, do Tickmill Group, grandes fundos, empresas e gestores de ETFs têm reduzido a exposição ao bitcoin nas últimas semanas.

O movimento, segundo ele, retira do mercado um dos principais pilares que sustentaram o rali de 2024, deixando o ativo mais vulnerável a quedas abruptas. “Ao deixarem a negociação do bitcoin, esses players eliminam um pilar crucial para a alta do ano e inauguram um período de maior fragilidade no mercado”, afirmou.

Esse esvaziamento de posições institucionais tem impacto direto na liquidez e aumenta a volatilidade, abrindo espaço para oscilações intensas mesmo em períodos curtos, como observado ao longo do dia.

Recuperação parcial, mas sem força para retomar patamares-chave

CriptomoedaApesar do tom pessimista predominante na manhã de sexta-feira, o mercado mostrou sinais de alívio no início da tarde, à medida que os índices acionários de Nova York tentaram se estabilizar. Essa trégua contribuiu para a redução das perdas do bitcoin, mas não foi suficiente para recolocar a criptomoeda na rota dos US$ 100 mil, faixa que servia de referência psicológica e técnica para analistas e investidores.

A Bitfinex observa que os investidores seguem em compasso de espera, buscando sinais mais consistentes antes de retomar posições relevantes em ativos de risco. O acordo que pôs fim ao shutdown é temporário, e a falta de clareza sobre os próximos meses continua sendo uma fonte de preocupação.

Especialistas avaliam que, enquanto persistirem dúvidas sobre política monetária e estabilidade fiscal americana, o bitcoin deve continuar experimentando pregões voláteis e com viés de baixa.

Perspectivas: volatilidade à vista

Embora muitos analistas ainda mantenham projeções otimistas de longo prazo, o curto prazo permanece desafiador. A ausência de dados macroeconômicos atualizados, combinada ao comportamento defensivo de investidores institucionais, constrói um cenário fértil para novas oscilações bruscas.

O mercado espera que, com o retorno do fluxo normal de divulgações econômicas e maior previsibilidade sobre os juros americanos, o bitcoin possa encontrar níveis mais estáveis para então avaliar possíveis retomadas de alta.

 

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Rodrigo Lampugnani, formado em Ciência da Computação, é fundador do CenárioMT. Inovador no jornalismo digital, atua com tecnologia, fé e solidariedade, representando Mato Grosso em eventos nacionais.