Banco Central rejeita compra do Master pelo BRB após meses de análise

O Banco Central vetou a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília, encerrando a última etapa regulatória que permitiria a conclusão do negócio.

Fonte: CenárioMT

Banco Central rejeita compra do Master pelo BRB após meses de análise
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O Banco Central (BC) rejeitou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), decisão que encerra a análise iniciada em março e que representava a última etapa regulatória necessária para a efetivação da operação.

A decisão foi comunicada na noite desta quarta-feira (3) por meio de fato relevante divulgado pelo BRB aos investidores. A instituição informou que solicitou acesso ao conteúdo integral da decisão do BC para avaliar os fundamentos do indeferimento e possíveis alternativas.

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Segundo o comunicado, o BRB reiterou que considera a transação uma oportunidade estratégica de geração de valor para a instituição, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional.

O negócio havia recebido aval legislativo em agosto, quando o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, sancionou lei autorizando o BRB a adquirir 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master. A medida buscava ampliar a presença do banco no mercado e fortalecer sua atuação no setor financeiro. Desde o anúncio da proposta, as ações do BRB tiveram valorização de cerca de 23% na B3.

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Negócio polêmico

Desde o início, a proposta de aquisição do Master pelo valor de R$ 2 bilhões gerou controvérsia. O banco é conhecido por adotar estratégias agressivas de captação de recursos, oferecendo rendimentos de até 140% do CDI, acima da média de instituições menores, que costumam pagar entre 110% e 120% do indicador.

O Master não publicou o balanço referente a dezembro do último ano, o que aumentou a desconfiança do mercado. Tentativas de emissão de títulos em dólares fracassaram, e operações com precatórios também levantaram dúvidas sobre a solidez financeira da instituição.

Em meio às incertezas, o BTG Pactual chegou a propor assumir o controle do Master por apenas R$ 1, cobrindo as dívidas com recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). No entanto, a falta de consenso entre os bancos que sustentam o fundo inviabilizou a proposta.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.