Representantes do agronegócio brasileiro reuniram-se nesta terça-feira (15) com ministros em Brasília para discutir a decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos nacionais. Durante o encontro, os setores produtivos demonstraram apoio às negociações do governo federal, mas alertaram para riscos significativos de perda de safras e exportações caso a medida entre em vigor em 1º de agosto.
A reunião contou com os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), além de representantes de segmentos como pecuária, pesca, frutas e café. O presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, afirmou que a tarifa inviabilizaria o envio de carne bovina para os EUA, destacando que frigoríficos já suspenderam parte da produção e que cerca de 30 mil toneladas estão em trânsito.
Guilherme Coelho, presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas), relatou pânico entre produtores de manga, que já contrataram 2,5 mil contêineres para atender encomendas dos EUA. Ele defendeu que alimentos sejam excluídos da taxação para evitar prejuízos e desemprego em massa, enfatizando a falta de logística para redirecionar a produção.
Produtores de laranja também expressaram preocupação, já que 40% das exportações têm como destino os EUA. Segundo Ibiapaba Netto, presidente da CitrusBR, 70% do suco de laranja importado pelos norte-americanos são brasileiros. Ele pediu mais diálogo e confiança em um acordo diplomático.
O setor de café, representado pelo presidente do Cecafé, Marcio Ferreira, lembrou que 33% do café consumido nos EUA é do Brasil. Ferreira elogiou os esforços do governo para abertura de mercados e pediu solução negociada para evitar prejuízos generalizados.
 
     
     
     
     
     
							














 



