Quando o sentimento de tristeza é um processo para a criatividade

A tristeza desenha-se assim como um terreno fértil para a criatividade.

Fonte: Fabiano de Abreu

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Pixabay

Alguns de nós sentem nas emoções negativas uma energia poderosa de criação; como se toda a nossa mente se tornasse muito mais receptiva aos estímulos, muito mais forte a aprofundar sentimentos, muito mais engenhosa. A tristeza desenha-se assim como um terreno fértil para a criatividade.

“A criatividade na tristeza é uma defesa para sair dela.”

Muitas vezes a criatividade na tristeza é apenas um meio para encontrar soluções para esse sentimento. Uma forma de escape da dor, uma autodefesa, um remédio para uma mente que está negativamente abalada.

Por outro lado, e em oposição, existem os que buscam a tristeza de forma propositada.

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“Há quem goste da tristeza, pois nela busca a criatividade para fazer o que gosta.”

Há indivíduos que se agarram na tristeza, na melancolia ou na nostalgia com uma percepção de que nelas e com elas irão surgir bons pensamentos e ideias. Como se esse sentimento desenvolvesse um foco na tarefa com muito mais profundidade.

As emoções fluem sem travão e a pessoa não tem medo de as explorar e tirar partido delas. A tristeza está mais relacionada ao interior em oposição aos sentimentos de felicidade ou euforia que extravasam para o exterior. A tristeza é um sentimento maduro no sentido de que não representa uma reação instantânea a um estímulo. É antes um sentimento que se constrói a partir de um ponto e é alimentado com recordações, com memórias, com análise constante das nossas vivências mais negativas, com perdas e sentimentos de impotência.

A tristeza é interna, é nossa, muito própria. A tristeza provavelmente fará com que nos conheçamos melhor e mais profundamente e por essa razão é o caminho de abertura para o nosso lado mais criativo.

Por outro lado, e se refletirmos bem sobre a questão, o inverso também pode ser uma realidade. Pessoas com mentes mais criativas podem de certa forma ser mais propensas à tristeza. Intelectos mais desenvolvidos, mais amplos e com menor barreira tendem a criar mais, mas, por outro lado, tendem a ver a realidade em toda a sua plenitude.

A dureza dessa realidade torna-nos pessoas mais introspectivas, mais sós. Numa relação de dois sentidos, num vaivém de sentimentos e emoções e racionalidade, a tristeza e a criatividade caminham lado a lado, uma alimentando-se da outra.

Sobre o autor do texto: Dr. Fabiano de Abreu17

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Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.