No Rio de Janeiro, prefeitos, líderes locais e organizações de 20 países se comprometeram a apoiar o cumprimento das metas climáticas nacionais, apresentando mais de 2,5 mil projetos locais voltados para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
O anúncio foi feito na Declaração dos Líderes Locais à COP30, apresentada na quarta-feira (5) durante o Fórum de Líderes Locais, evento que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Belém.
“Juntos, estamos comprometidos em tornar a vida das pessoas mais digna e sustentável, construindo comunidades resilientes, ampliando o acesso à energia renovável e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa”, destaca o documento.
Os compromissos assumidos incluem:
- Apoiar os países no cumprimento das metas climáticas nacionais;
- Garantir mais de 2,5 mil projetos locais transformadores e financiáveis;
- Avançar na ação e colaboração multinível para implementação e responsabilização na COP.
Segundo o documento, 80% das emissões globais vêm de áreas urbanas, onde vive a maior parte da população. No Brasil, 82% dos habitantes residem em cidades, reforçando o papel central dos municípios nas ações climáticas.
“Os líderes locais desempenham papel essencial na nova arquitetura global de financiamento climático. Atualmente, 44% dos instrumentos de precificação de carbono são aplicados em nível subnacional”, acrescenta a carta.
As cidades representadas na declaração somam mais de 14 mil governos locais e regionais de países como Brasil, Filipinas, Reino Unido, Austrália, Suécia, Canadá, Japão, França, Alemanha, México, Argentina e Estados Unidos.
Apesar de alguns presidentes não confirmarem presença na COP30 ou terem saído do Acordo de Paris, representantes dos Estados Unidos e Argentina participaram do fórum no Rio de Janeiro.
COP na Amazônia
O prefeito de Belém, Igor Normando, destacou a relevância das cidades nas discussões climáticas. “É na cidade que a vida acontece. Preservar vidas e qualidade de vida depende de dialogar com quem vive nas cidades”, afirmou.
“Talvez seja a primeira vez que uma cidade da Amazônia esteja protagonizando discussões que a envolvem diretamente. A Amazônia faz um apelo ao mundo para que nos ajude a viver”, destacou Normando.
Mudanças climáticas
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu a integração entre governos federal, estaduais e municipais no enfrentamento das mudanças climáticas. Ela ressaltou que 1.942 municípios brasileiros são vulneráveis a eventos climáticos extremos, demandando sistemas de alerta e rotas de assistência permanentes.
“É preciso que todos sejamos sustentabilistas. Pode-se ser conservador ou progressista, mas nunca negacionista”, afirmou Marina Silva.


















