Quarenta e seis governos de diferentes países e estados brasileiros firmaram um compromisso para ampliar a proteção dos manguezais, ecossistemas cruciais para o equilíbrio climático e a segurança das populações costeiras.
Participam do movimento global Mangrove Breakthrough os estados do Amapá, Bahia, Pará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro, além do município de Aracaju. A iniciativa prevê mobilizar US$ 4 bilhões para restaurar 15 milhões de hectares de manguezais até 2030.
Endossado pelo governo federal durante a Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, o projeto reforça o papel do Brasil na conservação da maior faixa contínua de manguezais do mundo. As ações serão realizadas em parceria com a Coastal 500, rede internacional de prefeitos e líderes locais dedicada à resiliência de comunidades costeiras.
Ignace Beguin Billecocq, diretor executivo do Mangrove Breakthrough Hub, ressalta: “O apoio dos estados brasileiros envia um sinal poderoso. Os líderes locais estão colocando a natureza no centro da construção da resiliência de suas comunidades”.
“A conservação e restauração dos manguezais é uma das soluções climáticas mais eficazes e acessíveis disponíveis. Esses líderes se juntam a governos, empresas e ONGs para criar um novo caminho para a proteção da natureza”, complementa.
O pacto vem ganhando adesões durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, e evidencia o protagonismo das regiões litorâneas.
Monique Galvão, diretora executiva da Rare no Brasil, destaca: “Este grupo compartilha um compromisso de colocar os manguezais no centro das políticas climáticas globais e ações locais”.
Ela acrescenta que “o futuro dos manguezais depende das pessoas que vivem e cuidam deles diariamente – os verdadeiros guardiões – e da capacidade coletiva de valorizar, proteger e restaurar esses ecossistemas vitais para um futuro resiliente”.
Segundo os organizadores, o Mangrove Breakthrough reforça a governança ambiental integrada, com ações implementadas por governos locais, comunidades tradicionais e pescadores.
Nátali Piccolo, diretora do Programa Marinho e Costeiro da Conservation International Brasil, afirma: “Este é um exemplo inspirador de como a liderança climática surge nos territórios. O Brasil demonstra ao mundo que políticas positivas para os manguezais podem unir todos os níveis de governo em torno de resultados concretos”.


















