A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou a necessidade de encerrar o uso de combustíveis fósseis e o desmatamento, levando em conta as limitações específicas de cada país. A declaração foi feita em Adis Abeba, Etiópia, durante o encerramento do Balanço Ético Global, iniciativa brasileira em parceria com a ONU para aumentar a participação da sociedade civil na COP30, marcada para novembro em Belém.
“Precisamos iniciar o planejamento de forma justa para o fim do desmatamento e o fim dos combustíveis fósseis. Não podemos mais continuar sem atacar as causas da mudança do clima”, afirmou a ministra.
Segundo Marina, para combater o aquecimento global é essencial considerar as diferenças econômicas e estruturais entre os países. Isso inclui analisar a produção e o consumo, garantindo justiça para pessoas, regiões e nações mais vulneráveis.
Ela destacou que o grande desafio da transição energética é apoiar os países que não têm condições de abandonar os combustíveis fósseis de forma autônoma. “A transição precisa ser planejada, acelerando a energia renovável e oferecendo alternativas aos países que ainda dependem de carvão e lenha”, acrescentou.
Adversários poderosos
Marina Silva também ressaltou que a mudança climática enfrenta resistência de grupos influentes. “Muitas pessoas com poder, tecnologia e recursos não querem enfrentar essa questão, o que torna o desafio ainda maior”, afirmou.
Ela citou a decisão dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris, anunciada com o retorno de Donald Trump à presidência, e o histórico do ex-presidente em ampliar a exploração de petróleo, reduzir subsídios a carros elétricos e enfraquecer políticas de transição energética. Além disso, grandes empresas de tecnologia demonstraram apoio às políticas da Casa Branca, prometendo investimentos no país.
Financiamento
Após décadas de discussões sobre mudanças climáticas, apenas na COP28, realizada em 2023 nos Emirados Árabes Unidos, foi formalizada a necessidade de abandonar os combustíveis fósseis, ampliar a energia renovável e aumentar a eficiência energética. Para a COP30, o Brasil espera estabelecer metas claras, incluindo o desmatamento zero até 2030.
Na COP29, do Azerbaijão, países desenvolvidos comprometeram-se a fornecer US$ 300 bilhões anuais até 2035 aos países em desenvolvimento, com objetivo de alcançar US$ 1,3 trilhão anuais. Entre os objetivos da presidência brasileira na COP30 está criar mecanismos financeiros para viabilizar a transição energética e mitigar os impactos climáticos.
 
     
     
     
     
     
							














 



