Cúpula dos Povos denuncia falsas soluções para o clima

Organizações encerraram o encontro em Belém com uma declaração que pede mudanças profundas nos modos de produção globais e maior participação popular.

Fonte: CenárioMT

Cúpula dos Povos denuncia falsas soluções para o clima
Cúpula dos Povos denuncia falsas soluções para o clima - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Cúpula dos Povos foi concluída neste domingo (16) na Universidade Federal do Pará, em Belém, com um posicionamento contundente contra falsas soluções para o clima e um apelo por mudanças estruturais nos modos de produção globais, defendendo justiça social, soberania e participação popular.

Realizado desde 12 de novembro em paralelo à COP30, o encontro reuniu cerca de 20 mil participantes em debates, mesas redondas e atividades coletivas. A programação foi aberta com uma barqueata na Baía do Guajará, que mobilizou 5 mil pessoas em 250 embarcações, além de uma marcha que, segundo os organizadores, reuniu 70 mil participantes.

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Representantes da comissão política afirmaram que a mobilização abriu espaço para que diferentes povos manifestassem coletivamente suas críticas ao processo oficial da COP30, considerado lento na busca por soluções efetivas.

“Nós gritamos aqui que quem tem a solução são os povos. E os povos dizem: ‘nós somos a solução’”.

A declaração final, elaborada ao longo de dois anos e assinada por 1.109 organizações e movimentos sociais, foi lida e entregue ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago.

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Falsas soluções

O documento critica o atual modelo de produção global e sua lógica capitalista, incluindo propostas de transição energética e mecanismos discutidos nas negociações formais das COPs.

Integrantes da cúpula afirmam que a lógica de mercado permite que grandes empresas influenciem decisões públicas e apresentem alternativas consideradas ineficazes para enfrentar a crise climática.

“Somos bombardeados com supostas soluções climáticas que, na verdade, são falsas soluções”, afirmou uma das representantes.

A organização do evento defende que a mobilização dos povos deve ser a base para um novo modelo capaz de responder à crise, reforçando críticas à privatização e à mercantilização de bens comuns e serviços públicos em escala global.

Corrêa do Lago afirmou que levará a declaração às negociações de alto nível da COP30, previstas para começar nesta segunda-feira (17), e disse esperar que a conferência marque um ponto de virada.

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