O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo que a Cúpula dos Povos teve papel essencial para viabilizar a realização da COP30, marcada por debates paralelos conduzidos por movimentos sociais em Belém. Segundo ele, a participação popular consolidou o evento como um dos principais espaços de diálogo durante a conferência climática.
Lula informou que retorna à capital paraense no dia 19 para se reunir com o secretário-geral da ONU, António Guterres, em uma ação conjunta voltada ao fortalecimento da governança climática. Ele também deve participar de encontros com representantes de diversos países, sociedade civil, povos indígenas, lideranças tradicionais, governadores e prefeitos.
Em carta enviada aos participantes da Cúpula, lida pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o presidente reconheceu a importância do engajamento social. No documento, ressaltou que a COP30 não seria possível sem a presença de milhares de pessoas mobilizadas em Belém.
Lula reforçou que o enfrentamento à crise climática exige a contribuição de toda a sociedade. Ele destacou que o entusiasmo dos participantes é fundamental para impulsionar ações urgentes e defendeu uma transição para um modelo de desenvolvimento sustentável.
O presidente também criticou o negacionismo climático e pediu avanços concretos em temas como financiamento climático, abandono gradual dos combustíveis fósseis e reversão do desmatamento. Segundo ele, os líderes que estiveram na Amazônia puderam compreender melhor a realidade da região e a necessidade de decisões imediatas.
Cúpula dos Povos
Após cinco dias de debates e manifestações, a Cúpula terminou com um banquete coletivo na Praça da República, reunindo cozinhas comunitárias e apresentações culturais. No encerramento, foi divulgada uma carta final criticando o que os participantes chamaram de soluções ineficazes para a crise climática.
O documento, entregue ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, aponta o modelo de produção capitalista como origem da crise ambiental e destaca que comunidades periféricas são as mais afetadas por eventos extremos e pelo racismo ambiental.
A carta também condena o avanço da extrema direita e das guerras, além de manifestar apoio à Palestina e criticar ações militares dos Estados Unidos no Caribe. A Cúpula reuniu cerca de 70 mil pessoas de diversos movimentos sociais, povos originários, comunidades tradicionais e segmentos urbanos.
Considerado o maior espaço de participação social paralelo à conferência climática, o evento ocorreu desde quarta-feira, com críticas à falta de abertura da COP30 para maior envolvimento popular. As mais de 1,3 mil organizações presentes alertaram que países ricos vêm apresentando respostas insuficientes, colocando em risco a meta global de 1,5°C.


















