O presidente-designado da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, embaixador André Corrêa do Lago, divulgou a última carta dirigida à comunidade internacional, defendendo que a COP30, sediada em Belém, seja entendida como o início de um novo ciclo de ação concreta contra a crise climática. Ele afirmou que o momento exige cooperação direta entre países e avanços efetivos na implementação das metas ambientais.
Na mensagem, o diplomata recordou a trajetória iniciada na ECO-92, ressaltando que o encontro na capital paraense representa a continuidade de esforços multilaterais. Segundo ele, a conferência deve consolidar uma atuação conjunta capaz de unir quase 200 nações em torno de soluções compartilhadas.
O embaixador destacou três prioridades centrais para o encontro: reforçar o multilateralismo, aproximar o debate climático da vida cotidiana e da economia real e acelerar a implementação do Acordo de Paris. Ele defendeu que o evento seja mais que um espaço de negociação, tornando-se um ambiente de desenvolvimento de propostas práticas.
Corrêa do Lago afirmou ainda que a COP30 deve ser encarada como um momento decisivo. Para ele, ou o mundo avança de forma coordenada por escolha, ou enfrentará mudanças forçadas por eventos extremos. Ele reforçou que as discussões terão como foco as Contribuições Nacionalmente Determinadas, metas de redução de emissões que cada país deve assumir.
O Brasil se comprometeu a reduzir entre 59% e 67% das emissões até 2035, abrangendo todos os setores produtivos. Atualmente, 79 países já apresentaram suas metas, representando 64% das emissões globais. A expectativa é que a conferência resulte no fortalecimento de mecanismos de financiamento para que nações em desenvolvimento consigam implementar estratégias de mitigação.
