Organizações da sociedade civil com foco em clima elogiaram o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da Cúpula do Clima, em Belém, nesta quinta-feira (6). Durante o pronunciamento, Lula reforçou a necessidade de superar os combustíveis fósseis e alertou para a urgência de atender às recomendações científicas sobre mudanças climáticas.
O evento, que antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), reúne dezenas de líderes internacionais e ocorre de 10 a 21 de novembro na capital paraense.
Segundo Márcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima, o sucesso da COP30 dependerá de transformar as palavras do presidente em resoluções concretas. Ele destacou a importância de um plano claro para reduzir o desmatamento e a dependência de combustíveis fósseis.
Carolina Pasquali, diretora do Greenpeace Brasil, enfatizou que é necessário garantir planos concretos, mecanismos de implementação e fontes de financiamento claras para que a COP30 seja histórica, transformando promessas em ações efetivas.
Recentes licenças concedidas à Petrobras para exploração de petróleo na Margem Equatorial, no Amapá, foram apontadas como pontos de atenção. O poço fica a 175 km da costa e 500 km da foz do Rio Amazonas, destacando contradições entre discurso e ações governamentais.
Juliano Bueno, presidente do Instituto Arayara, criticou a expansão da dependência de combustíveis fósseis e ressaltou que reconhecer a urgência climática não basta sem metas e prazos claros.
Marta Salomon, do Instituto Talanoa, reforçou que a COP30 deve fornecer um ‘mapa do caminho’ para reduzir o uso de combustíveis fósseis e mobilizar recursos essenciais, completando trabalhos de cúpulas anteriores em Dubai e Baku.
Para Tatiana Oliveira, líder de estratégia internacional do WWF-Brasil, Lula sinalizou positivamente para o ‘Pacote Natureza’, que integra clima, biodiversidade e desertificação, fortalecendo o Fundo de Florestas Tropicais (TFFF) lançado na cúpula, com objetivo de atrair US$ 25 bilhões iniciais de governos e até US$ 125 bilhões do setor privado para conservação das florestas tropicais.


















