O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a Cúpula do Clima, em Belém, destacando a necessidade de ações concretas para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, conforme o Acordo de Paris.
Em discurso para chefes de Estado e representantes internacionais, Lula ressaltou que a temperatura média global já ultrapassou esse limite em 2024 e que a ciência alerta para efeitos prolongados. Ele afirmou que abandonar os objetivos definidos há uma década significaria agravar as perdas humanas e econômicas associadas às mudanças climáticas.
O encontro antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro, e busca fortalecer compromissos multilaterais diante da crise climática. Segundo Lula, estimativas indicam que o planeta pode aquecer até 2,5ºC até 2100, com impacto direto na mortalidade e na economia global.
O presidente defendeu a aceleração da transição energética e a proteção ambiental como estratégias essenciais para frear o aquecimento global. Ele defendeu planos para reverter o desmatamento, reduzir a dependência de combustíveis fósseis e mobilizar recursos necessários para essa transição.
Lula frisou que o debate climático deve ser conectado à vida cotidiana das populações, destacando que comunidades já enfrentam secas, enchentes e eventos extremos. Para ele, o combate às mudanças climáticas deve ser prioridade de governos, empresas e indivíduos.
Justiça climática
O presidente afirmou que conflitos e disputas geopolíticas desviam recursos necessários ao enfrentamento da crise ambiental. Ele defendeu que soluções climáticas devem estar vinculadas ao desenvolvimento sustentável e à redução das desigualdades.
Lula associou justiça climática ao combate à fome, ao racismo, à pobreza e à promoção de uma governança global mais inclusiva.
Povos tradicionais
O presidente mencionou a visão Yanomami sobre a responsabilidade humana na preservação da natureza e enfatizou que um novo modelo de desenvolvimento justo e de baixo carbono é urgente. Ele afirmou esperar que a cúpula fortaleça a cooperação internacional e amplie o compromisso dos países com as florestas tropicais.
Após a abertura, Lula participou de um almoço diplomático para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, destinado a apoiar países com grandes extensões de florestas nativas. A programação segue com plenárias e encontros bilaterais com líderes estrangeiros.




















