Brasil reforça urgência de financiamento climático na Pré-COP

Durante a Pré-COP em Brasília, o Brasil destacou a necessidade de recursos financeiros para enfrentar as mudanças climáticas e garantir metas de mitigação e adaptação.

Fonte: CenárioMT

Brasil reforça urgência de financiamento climático na Pré-COP
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

No primeiro dia de debates da Pré-COP, preparatória para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a delegação brasileira enfatizou a urgência de financiamento climático para atingir metas de mitigação, adaptação e transição socioeconômica justa diante do aquecimento global.

A Pré-COP, que segue até 14 de outubro em Brasília, reúne representantes de 67 países, incluindo diplomatas, ministros e outros oficiais de governos nacionais.

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Em discurso na abertura do segmento Natureza e Clima, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças do Clima, Marina Silva, ressaltou a necessidade de redirecionar recursos humanos, financeiros e tecnológicos para preservar e restaurar os recursos naturais. Ela destacou que a proteção das florestas demanda US$ 280 bilhões anuais, valor quatro vezes superior ao atualmente disponível, enquanto a conservação dos oceanos precisa de mais US$ 16 bilhões por ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou a prioridade da ampliação do financiamento climático, especialmente no contexto do Mapa do Caminho de Baku a Belém, que busca atingir US$ 1,3 trilhão anuais até 2035, com reformas em bancos multilaterais, aumento de investimentos e mobilização do setor privado.

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Reforço do multilateralismo

Na mesa redonda ministerial, o embaixador André Corrêa do Lago destacou o consenso entre países sobre a necessidade de soluções multilaterais, principalmente para adaptação às mudanças climáticas. Até agora, apenas 62 países de 195 apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), correspondendo a 31% das emissões globais, com grandes poluidores como União Europeia e Índia ainda sem renovar compromissos.

Pressão social

Representantes de cerca de 40 organizações da sociedade civil entregaram carta à Presidência da COP30 solicitando US$ 86 bilhões anuais até 2030 para ações de adaptação, focadas nas comunidades mais vulneráveis. Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, reforçou a importância de colocar a adaptação no centro das negociações, visando transformar a COP30 em um marco no combate à crise climática.

Outro tema destacado é a criação do Mecanismo de Ação de Belém (BAM), proposto pela Climate Action Network (CAN), que busca acelerar a transição justa, oferecendo suporte técnico e financeiro às comunidades afetadas, consolidando o Programa de Trabalho para uma Transição Justa iniciado na COP28.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.