O Brasil pode enfrentar um cenário de desabastecimento de água até 2050, segundo projeção do Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria Ex Ante. O estudo, intitulado Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas, destaca que as mudanças climáticas e a ineficiência na gestão hídrica podem comprometer a oferta do recurso em várias regiões do país.
De acordo com a pesquisa, a média nacional pode registrar uma restrição de 3,4% na disponibilidade de água por ano, o que equivale a cerca de 12 dias de racionamento. Nas regiões mais áridas do Nordeste e do Centro-Oeste, esse número pode ultrapassar 30 dias anuais.
O levantamento estima que, mantendo o crescimento do PIB em 2,7% ao ano e o atual índice de perdas na distribuição, a demanda por água em 2050 será 59,3% maior que a produção registrada em 2023. O aumento das temperaturas é um dos fatores que impulsionam essa demanda. A projeção indica elevação média de 1°C na temperatura máxima e 0,47°C na mínima, além de menos dias chuvosos e chuvas mais intensas.
Risco crescente nas regiões áridas
A combinação de calor mais intenso e redução das chuvas deve ampliar o semiárido brasileiro, com risco de desertificação em novas áreas. Essa tendência representa um desafio adicional para garantir o abastecimento regular de água.
Para a presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, o país precisa priorizar a gestão dos recursos hídricos e investir com urgência na modernização do sistema de distribuição. “Os dados mostram o aumento no consumo impulsionado pela expansão econômica e demográfica, enquanto a escassez dos mananciais pode gerar restrições médias de 3,4% ao ano”, afirmou.
Ela ressalta que o Brasil deve adotar medidas imediatas e eficazes para reduzir perdas e planejar o uso sustentável da água. “Em regiões já afetadas pela escassez, como partes do Nordeste e do Centro-Oeste, a falta de água pode durar mais de 30 dias, comprometendo a saúde e a qualidade de vida da população”, alertou Pretto.
O estudo reforça a necessidade de ações urgentes para garantir o uso eficiente da água e preparar o país para os impactos das mudanças climáticas nas próximas décadas.
 
     
     
     
     
     
							














 



