O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), afirmou que a adaptação climática deve ser a prioridade absoluta do encontro que será realizado em Belém (PA).
Durante participação no evento COP 30 Business & Finance Fórum, promovido em São Paulo, o diplomata explicou que o debate sobre o clima se divide entre mitigação — redução das emissões de gases de efeito estufa — e adaptação, que busca ajustar a sociedade aos impactos inevitáveis da crise climática. “Com a aceleração da mudança do clima, a adaptação se tornou essencial e afeta diretamente a vida das pessoas”, destacou.
O embaixador afirmou esperar que a COP30 seja lembrada como a “COP da adaptação”. Segundo ele, essa pauta ganhou força à medida que os efeitos das mudanças climáticas se intensificam e exigem respostas práticas e imediatas.
Pouco mais de 60 países entregaram até o momento suas metas de mitigação, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que definem os compromissos de redução de emissões. Lago explicou que o atraso pode estar relacionado à tentativa dos países de apresentarem metas mais realistas e viáveis.
“Os países querem propor NDCs críveis e precisam negociá-las internamente para garantir que sejam metas factíveis”, disse o embaixador, ressaltando que o processo tem se mostrado mais complexo do que o previsto.
Fundo para as florestas
O governo brasileiro pretende captar até US$ 10 bilhões em recursos públicos internacionais para o Fundo Tropical das Florestas (TFFF) até o fim da presidência do Brasil na COP. O fundo é um mecanismo que recompensa financeiramente países que preservam suas florestas tropicais.
Lago avaliou a proposta como um “mecanismo inovador” e afirmou que o plano do governo pode ajudar a resolver um dos maiores desafios econômicos globais: atribuir valor às florestas em pé. “A ideia é boa e tem sido desenvolvida de forma cuidadosa para inspirar confiança internacional. A evolução tem sido excepcional”, afirmou.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a meta como ambiciosa, mas possível. “Encerrar o primeiro ano com US$ 10 bilhões de recursos públicos seria um grande feito”, disse o ministro.
    
    
    
    
    
							
















