Tarifaço dos EUA pode prejudicar produção agrícola brasileira

Ministro Wellington Dias alerta para impactos do tarifaço sobre o equilíbrio entre preços ao consumidor e estímulo ao produtor.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF), 22/07/2025 - Wellington Dias(Desenvolvimento Social), participa do programa, Bom dia Ministro, nos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
Tarifaço dos EUA pode prejudicar produção agrícola brasileira - Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O tarifaço de 50% anunciado pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pode provocar uma queda momentânea nos preços de alimentos no mercado interno, conforme destacou nesta terça-feira (22) o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias. Apesar do alívio temporário ao consumidor, a medida pode gerar desestímulo aos produtores nacionais, o que traria consequências negativas ao país.

Durante participação no programa Bom Dia, Ministro, Dias enfatizou que o governo precisa atuar para manter um equilíbrio entre os preços pagos pelo consumidor e os recebidos pelo produtor. “É buscar um preço adequado. Essa é a nossa missão”, afirmou.

Impacto imediato

O aumento tarifário foi anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump e deve entrar em vigor a partir de 1º de agosto. Segundo ele, a justificativa seria uma suposta desvantagem comercial com o Brasil e críticas à condução de investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo STF.

Questionado sobre a possibilidade de que a menor exportação de produtos como laranja, café, carne e frutas resulte em maior oferta no mercado interno, Dias confirmou que essa movimentação pode ocorrer. No entanto, alertou que a queda de preços ideal deve vir da competitividade, não de barreiras externas.

As tarifas podem, sim, ter alguma influência momentânea, mas o que queremos é a redução dos preços por competitividade. Ou seja, pela capacidade de mais produção numa mesma área; por um financiamento com juros mais baixos”, explicou o ministro.

Equilíbrio necessário

O ministro frisou a importância de proteger tanto o consumidor quanto o produtor. “Se não houver equilíbrio, corremos o risco de desestimular a produção interna”, disse. Para evitar impactos duradouros, o governo pretende acionar a Apex e outras pastas ministeriais na busca por novos mercados para produtos como mel, frutas e carne.

Relações comerciais

Wellington Dias também contestou as alegações feitas por Trump sobre prejuízos comerciais aos EUA. “Compramos mais do que vendemos para os EUA”, argumentou, defendendo uma investigação internacional sobre as motivações por trás das medidas tarifárias.

O ministro sugeriu que os ataques podem ter caráter especulativo e político, e não econômico. Ele citou ainda a abertura de investigações por parte do STF e da Justiça americana sobre possíveis casos de insider trading envolvendo informações antecipadas sobre o tarifaço.