SEM “TODES”: Lula sanciona lei que proíbe linguagem neutra na administração pública

Fonte: CenárioMT

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Nova legislação institui Política Nacional de Linguagem Simples e veta termos como “todes” e “elu” em documentos oficiais

Norma vale para União, estados e municípios e reforça uso das regras do português conforme padrão gramatical vigente.

Na manhã de segunda-feira, 17 de novembro, passou a valer em todo o território nacional a lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que proíbe o uso de linguagem neutra na administração pública. A norma integra a recém-criada Política Nacional de Linguagem Simples, publicada no Diário Oficial da União e assinada também pelos ministros Esther Dweck (Gestão e Inovação), Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).

O texto aprovado pelo Congresso em março, de autoria da deputada Érika Kokay (PT-DF), estabelece que órgãos públicos de todos os Poderes — da União, estados, Distrito Federal e municípios — devem observar exclusivamente as regras gramaticais consolidadas da língua portuguesa, vedando o uso de novas flexões de gênero ou número que não estejam previstas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa ou no Acordo Ortográfico de 2008.

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Na prática, ficam proibidos termos adotados por parte da comunidade LGBTQIA+, como “todes”, “elu” e outras formas de neutralização gramatical que substituem desinências tradicionais por vogais como “e” ou “u”.

O que diz a nova lei

A legislação determina que a comunicação oficial deve adotar linguagem simples, clara e acessível, garantindo que qualquer cidadão consiga entender e utilizar as informações publicadas pelos órgãos públicos. Em um dos trechos, o texto afirma ser proibido:

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“Usar novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa, em contrariedade às regras gramaticais consolidadas.”

A restrição vale para documentos, comunicações, portarias, editais, orientações internas e toda forma de linguagem institucional. A proposta, segundo os autores, busca padronizar a comunicação estatal e evitar ambiguidades em atos oficiais.

A mudança ocorre em um momento de amplo debate nacional sobre inclusão linguística, identidade de gênero e políticas públicas — temas que também repercutem em análises e discussões de portais de acompanhamento político, como a editoria de cenário político.

Pilares da Política Nacional de Linguagem Simples

Além da proibição da linguagem neutra, a lei também determina uma série de diretrizes para facilitar o acesso à informação pública. Entre elas:

  • promover transparência ativa de forma direta e compreensível;
  • facilitar a participação social e o controle da gestão pública;
  • tornar documentos acessíveis para pessoas com deficiência;
  • garantir que, sempre que possível, textos dirigidos a comunidades indígenas tenham versão na língua dos destinatários.

Trecho vetado por Lula

O presidente vetou um ponto do projeto que obrigaria órgãos públicos a designar um servidor exclusivamente para revisar e adaptar conteúdos à linguagem simples. A justificativa do veto foi jurídica: segundo o Executivo, dispositivos que alteram a estrutura administrativa só podem ser propostos pelo chefe do próprio Poder Executivo.

Mesmo com o veto, a obrigação geral de que os órgãos adotem linguagem clara, objetiva e conforme as normas oficiais foi mantida.

Impacto e repercussão

A nova legislação deve impactar escolas públicas, repartições estaduais e municipais, prefeituras, câmaras legislativas e autarquias federais. A norma também deve alterar orientações internas sobre comunicação institucional, afetando materiais impressos, sites, redes sociais e documentos técnicos.

Especialistas avaliam que a lei traz diretrizes mais rígidas para a administração pública, mas não interfere no uso privado da linguagem neutra, que permanece livre em contextos pessoais, artísticos e sociais.

Nos estados, a medida reacende debates sobre padrões linguísticos, inclusão e políticas educacionais, temas frequentemente acompanhados pelos leitores em regiões como Cuiabá e outros municípios brasileiros.

A sanção da lei que proíbe o uso de linguagem neutra no setor público representa uma mudança significativa na comunicação oficial do país. Enquanto setores celebram a padronização gramatical, outros criticam o impacto simbólico da medida, interpretada como retrocesso em debates sobre identidade e inclusão. A regulamentação, no entanto, já está em vigor e passa a orientar toda a administração pública brasileira.

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