O engajamento dos prefeitos é fundamental para enfrentar a violência contra as mulheres, afirmou a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, nesta terça-feira (29), em Foz do Iguaçu (PR). A declaração foi feita na abertura do 1º Fórum dos Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres do Paraná, que reúne representantes do poder público e da sociedade civil em prol da igualdade de gênero.
Segundo a ministra, ações integradas entre setores como saúde, educação, cultura, assistência social e trabalho são decisivas para transformar os indicadores de violência. “Se cada município tiver compromisso com a mudança desses indicadores, nós haveremos de mudar essa realidade”, disse.
O evento antecede a V Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres, também realizada em Foz do Iguaçu, que ocorre até quinta-feira (31). Essas conferências são espaços democráticos de deliberação entre Estado e sociedade civil e têm como objetivo elaborar propostas e eleger representantes estaduais para a etapa nacional, marcada para os dias 29 de setembro a 1º de outubro, em Brasília.
Márcia Lopes destacou que os relatórios das conferências podem ser apresentados às Assembleias Legislativas, fortalecendo o compromisso institucional com as políticas públicas voltadas às mulheres. Os conselhos estaduais têm a responsabilidade de monitorar o cumprimento dessas deliberações.
Durante a tarde, a ministra visitou as obras da Casa da Mulher Brasileira em construção no município. A iniciativa, fruto de parceria com a Itaipu Binacional, conta com investimento de R$ 9,5 milhões e integra o Programa Mulher Viver sem Violência, retomado pelo governo federal em 2023.
Enio José Verri, diretor-geral da Itaipu Binacional, afirmou que a ação reforça o compromisso socioambiental da estatal. “Infelizmente, a violência contra as mulheres é uma pauta que se impõe. Foz do Iguaçu está muito presente nesse cenário”, reconheceu.
O Ministério das Mulheres prevê ainda a inauguração de dois novos Centros de Referência da Mulher no estado até o fim do ano, em Francisco Beltrão e Guarapuava. Atualmente, Curitiba conta com uma unidade em operação, que já realizou mais de 132 mil atendimentos em nove anos.
No total, o Brasil possui 11 Casas da Mulher Brasileira em funcionamento, com outras 31 unidades em fase de construção ou implantação. Desde 2023, o governo federal investiu cerca de R$ 389 milhões nessas estruturas, que já somam mais de 440 mil atendimentos em 2024.
A ministra reforçou que os centros oferecem atendimento integrado e acolhimento, reunindo serviços da Defensoria Pública, Ministério Público, Patrulha Maria da Penha, Instituto Médico Legal e outros órgãos, assegurando proteção e orientação às mulheres em situação de violência.