Padilha critica cancelamento de vistos e chama medida de ato covarde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, reagiu ao cancelamento dos vistos de sua esposa e filha pelos EUA, classificando a ação como injustificada e desproporcional.

Fonte: CenárioMT

Padilha critica cancelamento de vistos e chama medida de ato covarde
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou como “ato covarde” o cancelamento dos vistos de sua esposa e filha pelos Estados Unidos. Ele destacou que seu próprio visto está vencido desde 2024, o que impede sua revogação. A medida faz parte de sanções aplicadas a integrantes do governo brasileiro ligados à criação do programa Mais Médicos.

Padilha soube da decisão por meio de mensagem enviada pela esposa, enquanto cumpria agenda em Pernambuco. O ministro questionou a inclusão de sua filha, de 10 anos, na medida, e criticou o deputado Eduardo Bolsonaro, que vive nos EUA e, segundo ele, atua para pressionar o Brasil e o Supremo Tribunal Federal em defesa de seu pai, acusado de tentativa de golpe de Estado.

Em entrevista, Padilha afirmou que aliados de Bolsonaro montaram “um verdadeiro escritório do lobby da traição nos Estados Unidos” e pediu explicações sobre o risco que uma criança poderia representar ao governo norte-americano.

Nesta semana, o Departamento de Estado dos EUA também revogou os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais e atual coordenador-geral da COP30. O secretário de Estado, Marco Rubio, alegou que os servidores participaram de um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano” via Mais Médicos.

Padilha lembrou que comandava a pasta quando o programa foi criado em 2013, no governo Dilma Rousseff, para atender áreas com carência de profissionais, e afirmou que sua filha não havia nascido na época. Ele ressaltou que o Brasil não mantém mais parceria com médicos cubanos, ao contrário de países como a Itália, cuja primeira-ministra, Giorgia Meloni, é aliada de Donald Trump.

O ministro questionou a ausência de sanções a essas nações e criticou a medida contra servidores brasileiros e sua família.