Operações contra crime bloqueiam R$ 3,2 bilhões no setor de combustíveis

Ações conjuntas da Polícia Federal, Receita e Ministério Público resultaram em mais de 400 mandados e no bloqueio bilionário de bens ligados a organizações criminosas.

Fonte: CenárioMT

Operações contra crime bloqueiam R$ 3,2 bilhões no setor de combustíveis
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Três grandes operações realizadas nesta quinta-feira (28) contra o crime organizado no setor de combustíveis levaram ao cumprimento de mais de 400 mandados judiciais, incluindo 14 de prisão, em ao menos oito estados. As medidas resultaram no bloqueio e sequestro de mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores. Segundo as investigações, os grupos movimentaram ilegalmente cerca de R$ 140 bilhões.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, classificou a ação como “a maior da história contra o crime organizado”, destacando a integração entre diferentes órgãos e a importância da PEC da Segurança Pública em análise no Congresso. Também participaram da coletiva o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

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As operações — Quasar e Tank, da PF, e Carbono Oculto, do Ministério Público de São Paulo — contaram com o apoio da Receita Federal. A cooperação foi fundamental diante da complexidade do esquema criminoso, que envolvia desde a economia real até o mercado financeiro.

Esquema sofisticado

Segundo as autoridades, os criminosos usavam fundos de investimento e empresas de fachada para lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. Apenas nas operações da PF, foram apreendidos 141 veículos, 192 imóveis e duas embarcações, além de mais de R$ 1 bilhão bloqueados. No total, 21 fundos de investimento e centenas de pessoas físicas e jurídicas foram atingidos pelas medidas judiciais.

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O diretor da PF, Andrei Rodrigues, explicou que o esquema incluía fraudes na cadeia de combustíveis, como adulteração, fracionamento de depósitos e uso de intermediadoras financeiras. “Encontramos desde empresas de fachada até contas bolsões para movimentação ilícita de recursos”, afirmou.

Carbono Oculto

A subsecretária da Receita Federal, Andrea Chaves, detalhou que a operação Carbono Oculto revelou a infiltração do crime organizado em toda a cadeia de combustíveis, da importação ao consumidor final. Mil postos espalhados por dez estados movimentaram R$ 52 bilhões. Uma fintech funcionava como um verdadeiro banco paralelo para dar suporte às operações criminosas.

Foram cumpridos 12 mandados de busca em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto. A Justiça autorizou ainda o bloqueio de até R$ 1,2 bilhão, valor correspondente a autuações fiscais já aplicadas.

Refinaria do crime

O ministro Fernando Haddad ressaltou que as investigações não foram ocasionais, mas fruto de decisão política e trabalho de inteligência. “Estamos desmantelando a refinaria do crime”, disse. Mais de mil servidores federais e estaduais participaram da ação.

Segundo Haddad, o rastreamento dos recursos exigiu conhecimento especializado dos auditores fiscais para desvendar camadas complexas de movimentações financeiras. As operações permitiram identificar mais de mil postos, quatro refinarias e uma frota de caminhões usada para transportar combustíveis adulterados.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.