Centrais sindicais e movimentos sociais realizam nesta sexta-feira (1º) manifestações em frente à embaixada e consulados dos Estados Unidos em diversas capitais brasileiras. O protesto é uma resposta ao tarifaço anunciado pelo governo norte-americano, que incide sobre produtos brasileiros e foi adiado para entrar em vigor no dia 6 de agosto.
Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, a medida representa uma ameaça à soberania nacional. Para ele, a decisão de Washington tem viés político, uma vez que apenas o Brasil foi alvo de tarifas com esse caráter. “É uma agressão, uma interferência no judiciário e na soberania. Não se trata apenas de comércio”, afirmou.
Nobre defende uma resposta firme do Brasil. “Não se pode ceder à chantagem. O país precisa mostrar força e buscar mercados alternativos”, destacou.
Os setores mais afetados, segundo a CUT, devem ser o de madeira e ferro-gusa, com produção voltada majoritariamente à exportação para os EUA. Apesar disso, o sindicalista afirma que há instrumentos para evitar demissões imediatas, como antecipação de férias, coletivas ou feriados, além da possibilidade de layoff – redução temporária da jornada e salário.
“Até agora, nenhuma empresa anunciou demissões. Algumas estão procurando alternativas negociadas com os sindicatos, o que é positivo”, informou Nobre.
Além da questão comercial, os protestos levantam pautas como a defesa da soberania nacional, fim da escala 6×1, isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, taxação dos super ricos, redução da jornada de trabalho, oposição à pejotização irrestrita e críticas ao PL da devastação e ao genocídio em Gaza.
Os atos estão programados para ocorrer em várias cidades: em São Paulo, às 10h, no Consulado dos EUA; Salvador, às 15h, no Campo Grande; Rio de Janeiro, às 18h, no consulado; Brasília, às 9h, na embaixada; Porto Alegre, às 18h, na Esquina Democrática; Belo Horizonte, às 17h, na Praça Sete; Manaus, às 16h, na Praça da Polícia; Recife, às 15h30, na Praça do Derby; e Florianópolis, às 19h30, na Praça da Alfândega.