Mensagens de texto e áudios trocados entre Eduardo Bolsonaro e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, revelam um clima de tensão familiar durante a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após a imposição de tarifas de 50% por Donald Trump.
O material integra o inquérito da Polícia Federal que indiciou ambos por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Em uma conversa de 17 de julho, Eduardo critica o pai por chamá-lo de “imaturo” em entrevista. Ele escreve: “Graças aos elogios que você fez a mim no Poder 360 em dar mais uma porrada nele (Tarcísio de Freitas) para ver se você aprende, VTNC SEU INGRATO DO CARALHO”.
O indiciamento decorre de investigações sobre a atuação de Eduardo junto ao governo dos EUA para medidas de retaliação contra autoridades brasileiras. Em março, Eduardo se afastou do mandato parlamentar e mudou-se para os Estados Unidos alegando perseguição política.
Recentes ações dos EUA incluem tarifas sobre produtos brasileiros, investigação comercial contra o Pix e sanções financeiras ao Ministro Alexandre de Moraes. Trump e membros de seu governo afirmam que Bolsonaro enfrenta uma “caça às bruxas” e que Moraes age contra liberdade de expressão e empresas de redes sociais.
Em outra mensagem, Eduardo manifesta insatisfação com sua permanência nos EUA: “vai ter que passar o resto da vida nessa porra aqui”. No dia seguinte, pede desculpas ao pai e compara o tratamento desejado com o de Michel Temer: “Quero que você olhe para mim e enxergue o Temer. Você falaria isso do Temer?”