O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, reuniu-se nesta quarta-feira (30) com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Washington, em um momento delicado para as relações comerciais entre os dois países. O encontro, confirmado pelo Itamaraty, aconteceu no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva impondo uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Apesar do impacto esperado, a medida prevê quase 700 exceções, incluindo itens como aeronaves, minérios e suco de laranja. As novas tarifas entrarão em vigor no dia 6 de agosto, mas mercadorias que já estão em trânsito para os EUA não serão afetadas pela nova taxação.
Vieira, que já cumpria agenda oficial em Nova York nos últimos dias, deslocou-se até a capital americana para a reunião com Rubio. A pauta do encontro não foi divulgada oficialmente, mas a visita ganhou destaque diante do contexto econômico e diplomático sensível.
No mesmo dia, o governo dos EUA também anunciou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na chamada Lei Magnitsky, dispositivo legal norte-americano que permite sanções unilaterais contra pessoas acusadas de violar direitos humanos. As sanções bloqueiam bens e empresas dos alvos em território americano.
Diante da escalada nas tensões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião de emergência no Palácio do Planalto, com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (AGU). Até o momento, a Advocacia Geral da União foi o único órgão brasileiro a se pronunciar oficialmente, classificando as sanções contra Moraes como “arbitrárias e injustificáveis”.