Centenas de trabalhadores e lideranças sindicais se reuniram nesta sexta-feira (18) na Rua 25 de Março, em São Paulo, para protestar contra medidas e declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ato foi motivado pela inclusão do tradicional polo de comércio popular brasileiro em uma investigação do governo americano que alega a prática de pirataria e venda de produtos falsificados no local.
A mobilização foi organizada pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo (SECSP) e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), com o apoio de diversas outras entidades sindicais. Faixas e cartazes com frases como “Brasil acima da mentira!” e “Emprego sim, chantagem não!” foram exibidos por manifestantes concentrados diante das lojas da região.
Nos últimos dias, os Estados Unidos anunciaram tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, além de críticas diretas ao sistema Pix e à condução econômica do Brasil. A ofensiva ocorre no contexto de uma nova rodada de ações comerciais iniciadas por Trump e inclui apelos ao encerramento de processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O sindicato classificou as medidas como um ataque à soberania nacional. Segundo Ricardo Patah, presidente do SECSP e da UGT, o governo americano utiliza o dispositivo da Seção 301 da legislação comercial dos EUA para impor sanções injustificáveis. “A 25 de Março representa mais de 5 mil trabalhadores. Não aceitamos interferência externa que ameace empregos e a democracia brasileira”, afirmou Patah.
Cartazes com a imagem de Trump marcada pela palavra “mentiroso” foram distribuídos em estações de metrô como Anhangabaú e República, em uma tentativa de conscientizar também os consumidores que frequentam a região. “É o povo brasileiro quem deve decidir o rumo do país”, reforçou o dirigente sindical.
A manifestação também contou com a participação de dezenas de categorias, incluindo metalúrgicos, vigilantes, motoboys e trabalhadores da construção civil. Representantes da CTB, Força Sindical, PCdoB e outros movimentos também marcaram presença.
De acordo com o SECSP, os Estados Unidos mantiveram um superávit de US$ 410 bilhões na balança comercial com o Brasil nos últimos 15 anos. “Isso demonstra que o país tem sido um parceiro leal e responsável, sem oferecer qualquer risco ao equilíbrio econômico americano”, concluiu o sindicato.