Lula defende soberania e critica interferência dos EUA na Venezuela

Durante evento em Brasília, o presidente Lula afirmou que apenas o povo venezuelano deve decidir seu destino, após os EUA confirmarem ações secretas da CIA contra Maduro.

Fonte: CenárioMT

Lula defende soberania e critica interferência dos EUA na Venezuela
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em meio ao aumento da tensão entre Washington e Caracas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a soberania da Venezuela e criticou a interferência estrangeira em assuntos internos de outros países. As declarações foram feitas durante um evento do PCdoB, em Brasília, um dia após os Estados Unidos confirmarem que a CIA recebeu autorização para atuar secretamente na Venezuela.

Sem mencionar diretamente o ex-presidente Donald Trump, Lula destacou que “nenhum presidente de outro país deve dar palpite sobre como será a Venezuela ou Cuba”. Ele reforçou que “cada nação deve ser dona do seu próprio destino”.

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O Brasil, junto à maioria dos países da América Latina, já havia manifestado preocupação com o avanço militar norte-americano no Caribe. A movimentação é vista como uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.

Lula também condenou a permanência de Cuba na lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo. “Cuba não é exportadora de terroristas. É um exemplo de povo e dignidade”, afirmou o presidente. Desde a década de 1960, os Estados Unidos mantêm um embargo econômico contra a ilha, reforçado recentemente pelo governo Trump, que ampliou sanções e ameaças a países que contratam serviços médicos cubanos.

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Pressão sobre a Venezuela

Desde agosto, os Estados Unidos têm deslocado milhares de militares, navios e aviões para o Caribe sob o argumento de combater o tráfico de drogas na região. Relatórios da imprensa norte-americana apontam ataques a embarcações venezuelanas, resultando em dezenas de mortes.

O governo de Nicolás Maduro denuncia que Washington busca promover uma “mudança de regime” e promete levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Especialistas em política internacional afirmam que o interesse dos EUA na Venezuela é principalmente geopolítico, já que o país detém as maiores reservas de petróleo do mundo e não participa de cartéis de drogas.

Analistas alertam que a decisão de Trump representa um precedente perigoso, abrindo caminho para futuras intervenções americanas em países latino-americanos que contrariem os interesses da Casa Branca — uma estratégia semelhante à adotada durante a Guerra Fria.

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Graduado em Jornalismo pelo Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo): Base sólida em teoria e prática jornalística, com foco em ética, rigor e apuração aprofundada.