O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta segunda-feira (20) a importância de manter a América Latina como uma “zona de paz”. Durante a cerimônia de entrega de credenciais de 28 novos embaixadores, o mandatário criticou intervenções de países externos à região.
“Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, destacou aos diplomatas.
Lula observou que a região enfrenta um momento de crescente polarização e instabilidade e ressaltou que o Itamaraty tratará os representantes estrangeiros com cordialidade, visando fortalecer o multilateralismo, relações comerciais e políticas pacíficas.
O presidente citou ainda que o Brasil e outros países latino-americanos expressaram com movimentações militares fora da região, referência indireta à presença de tropas dos Estados Unidos na costa da Venezuela.
Em seu discurso, Lula mencionou a relevância da política internacional em seu governo e destacou que, no terceiro mandato, visitou 37 países. Ele também lembrou os eventos multilaterais que ocorrerão no Brasil em 2025, incluindo a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em novembro, e a Cúpula do Mercosul, em dezembro.
Os diplomatas que receberam credenciais representam nações como El Salvador, Albânia, Camboja, Tailândia, Tanzânia, Belarus, Quênia, Omã, República Dominicana, Burkina Faso, Bangladesh, Mauritânia, Sudão, Senegal, Uruguai, República Democrática do Congo, Suíça, Países Baixos, Bélgica, Emirados Árabes, Irlanda, Zâmbia, Áustria, Finlândia, Malásia, Gana, Líbano e Sri Lanka.
Na diplomacia, a aprovação do novo embaixador pelo país anfitrião é chamada de agrément. Apenas após a entrega das cartas credenciais ao presidente da República, o diplomata passa a ter prerrogativas oficiais no Brasil.