Calendário será construído com diálogo e respeito às tradições
O diferencial da ação será a construção de um calendário ajustado à realidade de cada povo indígena. De acordo com o desembargador Marcos Machado, a Justiça Eleitoral quer ampliar a participação indígena tanto como eleitores quanto no fortalecimento da representatividade política indígena no estado.
“Vamos ampliar a biometria dentro dos territórios indígenas, e isso será feito de maneira dialogada com eles, ouvindo e respeitando suas tradições. A sociedade precisa ter essa pluralidade, esse respeito aos povos tradicionais”, afirmou Machado.
Diálogo com os povos originários fortalece cidadania
Para Eliana Xunakalo, presidente da Fepoimt, a presença da Justiça Eleitoral nas aldeias representa um avanço para garantir o pleno exercício da cidadania pelos povos originários. Ela destacou que cada território tem um calendário próprio, com períodos dedicados a rituais, plantio e pesca, o que exige sensibilidade na definição das datas.
“A partir desse diálogo, teremos cidadãos indígenas com o gozo pleno de seus direitos, conscientes da importância de usar os instrumentos democráticos e de fazer boas escolhas políticas. É muito bom ter a Justiça Eleitoral chegando nos territórios”, afirmou Eliana.
Dificuldade de acesso e a importância dos dados
Outro ponto abordado foi o desafio logístico enfrentado por comunidades distantes dos centros urbanos. Representando a etnia Chiquitano, Silvano Chue Yudja ressaltou que a ausência de postos de atendimento nas aldeias impede muitos indígenas de realizarem o cadastro biométrico.
“Às vezes, pela dificuldade de morar na aldeia, nem todos têm o cadastro. E os dados são fundamentais porque eles trazem políticas públicas pros territórios”, destacou.
Presenças e apoio institucional
Além do desembargador Marcos Machado, participaram da reunião o coordenador da Corregedoria, Breno Gasparoto, o analista técnico de biometria, Kelsen Magalhães, e a assessora técnica da Corregedoria, Adriana Rezende. Pela Fepoimt, estiveram presentes Maria Anarrory e José Antônio Paravá.
Compromisso com a inclusão
A iniciativa da Justiça Eleitoral está alinhada com o compromisso institucional de fortalecer a participação cidadã dos povos indígenas de Mato Grosso. O cadastramento biométrico, além de obrigatório, é essencial para garantir segurança nas eleições e facilitar o acesso a políticas públicas.
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