Justiça Eleitoral realiza mutirões de biometria em territórios indígenas de Mato Grosso

Fonte: CenárioMT

Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso foca em biometria e busca ativa de eleitores para Eleições 2026
Tribunal de Contas de Mato Grosso se une a TRE-MT para lançar cartilha com orientações a gestores em ano eleitoral - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Justiça Eleitoral de Mato Grosso confirmou a realização de mutirões em territórios indígenas com o objetivo de ampliar o cadastramento biométrico de eleitores indígenas em todo o estado. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (15), durante reunião conduzida pelo corregedor regional eleitoral, desembargador Marcos Machado, com a presença de representantes da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt).

Calendário será construído com diálogo e respeito às tradições

O diferencial da ação será a construção de um calendário ajustado à realidade de cada povo indígena. De acordo com o desembargador Marcos Machado, a Justiça Eleitoral quer ampliar a participação indígena tanto como eleitores quanto no fortalecimento da representatividade política indígena no estado.

“Vamos ampliar a biometria dentro dos territórios indígenas, e isso será feito de maneira dialogada com eles, ouvindo e respeitando suas tradições. A sociedade precisa ter essa pluralidade, esse respeito aos povos tradicionais”, afirmou Machado.

Diálogo com os povos originários fortalece cidadania

Para Eliana Xunakalo, presidente da Fepoimt, a presença da Justiça Eleitoral nas aldeias representa um avanço para garantir o pleno exercício da cidadania pelos povos originários. Ela destacou que cada território tem um calendário próprio, com períodos dedicados a rituais, plantio e pesca, o que exige sensibilidade na definição das datas.

“A partir desse diálogo, teremos cidadãos indígenas com o gozo pleno de seus direitos, conscientes da importância de usar os instrumentos democráticos e de fazer boas escolhas políticas. É muito bom ter a Justiça Eleitoral chegando nos territórios”, afirmou Eliana.

Dificuldade de acesso e a importância dos dados

Outro ponto abordado foi o desafio logístico enfrentado por comunidades distantes dos centros urbanos. Representando a etnia Chiquitano, Silvano Chue Yudja ressaltou que a ausência de postos de atendimento nas aldeias impede muitos indígenas de realizarem o cadastro biométrico.

“Às vezes, pela dificuldade de morar na aldeia, nem todos têm o cadastro. E os dados são fundamentais porque eles trazem políticas públicas pros territórios”, destacou.

Presenças e apoio institucional

Além do desembargador Marcos Machado, participaram da reunião o coordenador da Corregedoria, Breno Gasparoto, o analista técnico de biometria, Kelsen Magalhães, e a assessora técnica da Corregedoria, Adriana Rezende. Pela Fepoimt, estiveram presentes Maria Anarrory e José Antônio Paravá.

Compromisso com a inclusão

A iniciativa da Justiça Eleitoral está alinhada com o compromisso institucional de fortalecer a participação cidadã dos povos indígenas de Mato Grosso. O cadastramento biométrico, além de obrigatório, é essencial para garantir segurança nas eleições e facilitar o acesso a políticas públicas.

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