O governo brasileiro demonstrou insatisfação com a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados ao país, válida a partir de 1° de agosto. Em carta oficial, assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o Brasil qualificou a medida como motivo de “indignação”.
O documento foi endereçado ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio, Jamieson Greer. Segundo o texto, a taxação terá impacto “muito negativo em setores importantes de ambas as economias”, colocando em risco a parceria comercial que historicamente sustenta a relação bilateral.
As autoridades brasileiras destacaram o histórico de mais de dois séculos de cooperação, ressaltando que o comércio sempre foi um dos principais pilares da prosperidade entre os dois países. Ainda assim, lembraram que o Brasil acumula grandes déficits comerciais com os EUA, estimados em cerca de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.
O governo brasileiro também reforçou que mantém sua disposição para o diálogo, relembrando ter enviado em maio uma minuta confidencial com propostas para destravar as negociações. No entanto, até o momento, não obteve resposta oficial. Na carta, Brasília pede aos Estados Unidos comentários sobre essa proposta e reitera o interesse em buscar uma solução mutuamente aceitável para a questão tarifária.