Brasília recebeu neste domingo (7) o Caminhos para Exu, encontro que reuniu mais de uma centena de adeptos e simpatizantes das religiões de matriz africana. O ato teve como objetivo celebrar a fé, a resistência dos povos de terreiro e reafirmar o pedido pelo fim da intolerância religiosa.
Inspirado na Marcha para Exu, que já ocorre em São Paulo e em outras cidades, o evento ocupou um trecho da avenida W3 Sul, com apoio da Biblioteca Demonstrativa Maria da Conceição Moreira Salles. “Nosso principal objetivo é mostrar que existimos, que estamos vivos”, afirmou a cantora Kika Ribeiro, uma das organizadoras.
Além dos adeptos do candomblé, umbanda, quimbanda e ifá, o público incluiu curiosos atraídos pelos cânticos e toques de atabaques e agogôs. Para Marina Mara, coordenadora cultural da biblioteca, “isso é Exu: comunicação, comunhão e prosperidade”.
A programação também estendeu a exposição Cartas à Tereza, em homenagem à líder quilombola Tereza de Benguela, até 15 de setembro. A yalórisá Francys de Óya, de Samambaia, destacou que o encontro reforça a mensagem de que “não somos do mal; somos alegria, saúde e prosperidade”.
Segundo o Censo de 2022, 1% da população brasileira se declarou praticante de religiões de matriz africana, número que representa crescimento de mais de 300% em relação a 2010. Apesar do avanço, dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos apontam que essas tradições ainda são as principais vítimas de intolerância.
Para os organizadores, a celebração busca desconstruir preconceitos em torno de Exu, exaltando sua simbologia ligada ao amor e à abertura de caminhos. Há expectativa de que uma segunda edição ocorra em dezembro, ainda este ano.















